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Chapéu
Campanha dos Bancários 2022

Bancários do Bradesco formalizam pauta de reivindicações específica

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Bancários do Bradesco aprovam pauta específica de reivindicações

Teletrabalho, remuneração, segurança, saúde, previdência complementar, condições de trabalho, emprego e auxílio educação são os principais pontos da minuta específica de reivindicações definidas no Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, realizado nesta quinta-feira 9, em formato híbrido. A parte presencial foi realizada na sede da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), em São Paulo.

O documento será entregue à direção do banco na próxima terça-feira 14. “A participação de todos os trabalhadores foi fundamental para chegarmos à conclusão deste documento. Agora, esperamos contar com a união e a mobilização dos empregados para conseguimos conquistar todas nossas reivindicações”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

"O encontro de hoje reuniu dirigentes bancários do Bradesco do país todo, de maneira presencial e virtual. Apesar das enormes distâncias, os problemas são muito parecidos: muita pressão, cobrança por metas, adoecimento, insegurança, principalmente quando falamos das unidades de negócio. Isso pra quem fica né? Porque as demissões também seguem sendo problema. Foi um dia de debate e troca, pra que a gente alinhe estratégias que nos ajudem a mobilizar e envolver os bancários do Bradesco na Campanha Nacional e também nas nossas questões específicas"

Erica de Oliveira, diretora executiva do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Bradesco

Concentração de renda

Em sua apresentação, Gustavo Cavarzan, técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), mostrou como o desempenho dos bancos no início de 2022 deixou de ser definido pela pandemia e passou a espelhar o modelo econômico concentrador de renda do país, com aumento da pobreza, da inflação e consequente endividamento das famílias em linhas de créditos caras que se tornam receita nos balaços do bancos.

“Além do modelo do país, o resultado dos bancos é construído com base em um forte processo de digitalização, reestruturação e surgimento de novos modelos de negócios”, disse. O economista ainda deixou um desafio para os delegados do encontro: debater quais as consequências desse modelo para o emprego no ramo financeiro e para a organização sindical.

Segurança nas unidades de negócio

O Brasil terminou 2021 com 18.302 agências bancárias. São 2.351 a menos do que o registrado no início da pandemia, segundo dados do Banco Central (BC). Motivo: a covid-19 impulsionou os pagamentos e o atendimento bancário por meios digitais. Segundo dados do BC, a rede de agências bancárias está diminuindo no Brasil desde 2017. Mas os fechamentos aceleraram na pandemia de covid-19. Foram 1.334 de março a dezembro de 2020 e mais 1.017 em 2021. A queda acumulada na pandemia foi de 11% e levou a rede de agências bancárias ao menor patamar da série histórica, iniciada em 2007.

O banco que mais reduziu a rede de atendimento presencial na pandemia foi o Bradesco. A instituição fechou 1.527 agências desde março de 2020. Muitas delas, foram transformadas em Unidade de Negócios. Elias Jordão, secretário de Políticas Sociais da Contraf-CUT, explicou como tem sido realizada a transição de uma agência tradicional para unidade de negócio.

“É um modelo que veio para ficar, não tem retorno, pela competitividade com os bancos digitais, pelo baixo custo operacional”, explicou. “O problema não são as unidades de negócio em si, mas sim o formato em que elas estão funcionando, sem nenhum tipo de controle ou ferramentas de segurança, como portas de seguranças ou vigilantes”, completou.

Magaly lembrou também que o Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco debateu ainda a “defesa do emprego, da democracia e a reconstrução do Brasil que queremos”, finalizou.

Conferência Nacional dos Bancários

No final de semana, entre os dias 10 e 12 de junho, será realizada a 24ª Conferência Nacional dos Bancários, na qual será definida a pauta de reivindicações da categoria na Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2022.

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