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Lava Jato não pode comprometer empresas

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Ministro da Defesa, Jaques Wagner, ressaltou que as companhias concentram grande capacidade técnica
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Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Jaques Wagner, defendeu na terça 24 que as investigações da Operação Lava Jato não afetem as empresas brasileiras. Segundo ele, companhias como a Odebrecht, cujos executivos estão sob investigação por envolvimento com o esquema de corrupção, representam uma “inteligência nacional” por concentrar grande capacidade técnica.

Ele disse estar preocupado quanto aos desdobramentos das investigações a "médio e longo prazos", no corpo técnico e no andamento das obras executadas por essas empresas. Acrescentou que é necessário preservar a tecnologia nacional desenvolvida pelas empresas brasileiras. “Quem é que vai construir isso aqui se não for o corpo de engenheiros que, ao longo de 30 ou 40 anos, acumulou inteligência? Aí vamos ter que chamar americano, alemão, francês ou chinês para construir”, disse o ministro.

Jaques Wagner destacou a necessidade de, ao se investigar os casos de corrupção na Petrobras envolvendo as empreiteiras, não “jogar a criança fora junto com a água suja”. “Vamos jogar só a água suja [quem está envolvido em esquema de corrupção], mas vamos defender a criança, que são as nossas empresas”, acrescentou.

Em visita às obras do estaleiro naval que construirá cinco submarinos para a Marinha, feitas pela Odebrecht. Wagner ressaltou que as investigações não podem ser motivo para paralisar o governo. “O Brasil tem que separar duas coisas: as investigações que correm no Ministério Público, na Justiça e na Polícia Federal e a nossa agenda de governo. Tem medidas contra a corrupção, que serão publicadas. Tem medidas contra a impunidade, que estão sendo preparadas. Nós não vamos parar o país para ficar assistindo ao espetáculo da investigação. Esse item tem o seu contexto. Mas não vamos parar de trabalhar, porque o pessoal depende de emprego e de crescimento econômico”, disse ele.

Em entrevista, o ministro foi perguntado sobre o fato de o presidente da empresa UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, investigado pela Lava Jato, incluí-lo como testemunha de defesa. “Imagino que ele me chamaria porque as obras ou serviços que a UTC tem na Bahia não apresentam irregularidades, apesar de ser baixa a presença da UTC na Bahia”, respondeu Wagner.

Ele confirmou que recebeu dinheiro da UTC durante suas campanhas de 2006 e 2010 para o governo do estado e durante a campanha de seu sucessor (Rui Costa), no ano passado. Mas, segundo ele, os recursos foram informados à Justiça Eleitoral.

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Vitor Abdala, da Agência Brasil - 25/2/2015

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