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Taxa de desemprego fica estável em São Paulo

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Número de pessoas procurando trabalho caiu em janeiro, em comportamento usual. Serviços e indústria tiveram crescimento, enquanto comércio e construção civil fecharam postos de trabalho. Renda recuou
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São Paulo – A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo, de 9,8%, ficou praticamente estável em janeiro, tanto na comparação com dezembro (9,9%), como com igual mês de 2014 (9,6%), segundo a pesquisa mensal feita pela Fundação Seade e pelo Dieese. O resultado é o esperado para o período. E se deve, basicamente, pela falta de movimentação no mercado de trabalho. O número de pessoas procurando serviço diminuiu, o que compensou o fechamento de postos de trabalho e fez diminuir o número de desempregados, estimado em 1,058 milhão.

De dezembro para janeiro, a população economicamente ativa (PEA) recuou 0,4%, o que corresponde a menos 45 mil pessoas no mercado. O total de vagas caiu 0,3% (30 mil a menos). Assim, o mês fechou com diminuição de 15 mil desempregados (-1,4%). Na comparação anual, o comportamento é semelhante, com pequena diferença nos números: a PEA cai 0,6% (menos 68 mil pessoas) e o total de ocupados recua 0,8% (fechamento de 83 mil vagas), com o número de desempregados aumentando 1,4% (mais 15 mil). Segundo a estimativa da pesquisa, a região metropolitana tem 10,792 milhões na PEA e 9,734 milhões de ocupados.

O coordenador de análise do Seade, Alexandre Loloian, observa que esse comportamento é usual para o mês. De 1989 a 2015, a PEA só cresceu em 2012, mesmo assim levemente (0,4%). Nesse mesmo intervalo, o nível de ocupação (vagas abertas ou fechadas) caiu em todos os anos. O índice de -0,3% de agora representou a menor taxa.

Os dados têm alguma diferença conforme o recorte geográfico. Só na cidade de São Paulo, a taxa de desemprego foi de 9,7% para 9,5%. No ABC paulista, de 10,9% para 10,4% e nos demais municípios, excluída a capital, de 10,2% para 10,3%.

Apenas em janeiro, em toda a região metropolitana, abriram vagas a indústria de transformação (24 mil) e o setor de serviços (32 mil). Fecharam postos de trabalho a construção civil (-51 mil) e o setor de comércio/reparação de veículos (-24 mil). Em relação a janeiro do ano passado, o cenário muda, e apena os serviços mantêm sinal positivo: abertura de 99 mil postos de trabalho em 12 meses, alta de 1,8%. A construção fecha 65 mil e cai 8,7%, o comércio elimina 102 mil (-5,8%) e a indústria, 24 mil (-1,4%).

O mercado de trabalho mostra ainda crescimento da formalização, mas em ritmo menor. Em 12 meses, o número de assalariados com carteira assinada sobe 0,8% (mais 42 mil) e os sem carteira diminuem 4% (menos 36 mil). Desde 2011, o primeiro grupo aumentou em 400 mil e o segundo perdeu 211 mil vagas. Os trabalhadores com carteira somam hoje 5,4 milhões, mais da metade (55%) do universo de ocupados na Grande São Paulo.

O rendimento médio dos ocupados (estimado em R$ 1.906) recuou 0,4% (nesse caso, a referência é dezembro) e 2,9% em 12 meses. Tendo como base o ano 2000, o rendimento atual corresponde a 88%.

Loloian acredita em um primeiro semestre ruim para o mercado de trabalho, embora não veja o "abismo anunciado" em alguns lugares. "Está muito nebuloso, muito incerto", diz. Ele observa que o país passará por dificuldades relacionadas aos juros altos, à menor concessão no crédito e ao comércio exterior. Nessas condições, o desemprego deverá aumentar – embora isso costume acontecer no período. A dimensão ainda é imprevisível.

Outras regiões - Nas demais áreas abrangidas pela pesquisa, a taxa de desemprego teve ligeiro recuo nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (de 6,1% para 5,8%) e Recife (de 12,1% para 11,8%). Ficou estável em Salvador (16,3%) e subiu, também com pequena intensidade, em Fortaleza (de 6,9% para 7,1%) e no Distrito Federal (de 11,7% para 12%).


Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual - 25/2/2015

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