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Bancos são multados por falhas na segurança

Linha fina
Polícia Federal aplica punições a instituições financeiras e também empresas de vigilância, transportadoras de valores e cursos de formação de vigilantes que descumprem lei de segurança bancária
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São Paulo – A Polícia Federal multou 20 bancos em R$ 8,717 milhões por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário. O Itaú mais uma vez foi campeão de multas (R$ 2,474 milhões), seguido por Bradesco (R$ 1,939 milhão), Santander (R$ 1,568 milhão), Banco do Brasil (R$ 1,389 milhão) e Caixa Federal (R$ 564 mil).

As multas foram aplicadas na quarta-feira 4 durante a 104ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp), em Brasília.

Foram discutidos 822 processos contra bancos, todos movidos pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp) por causa do descumprimento da lei federal 7.102/83, que trata da segurança bancária, e das portarias da Polícia Federal. Além das multas, cinco agências foram interditadas.

As principais infrações cometidas pelos bancos foram equipamentos inoperantes, funcionamento de unidades sem plano de segurança aprovado pela Polícia Federal, número insuficiente e até ausência de vigilantes, falta de rendição de vigilantes no horário de almoço, transporte de valores feito por motoboy e cerceamento a policiais federais na fiscalização dos estabelecimentos, dentre outras.

“A Ccasp mais uma vez comprova que os bancos continuam não se importando nem com a implantação de plano de segurança, nem com o cumprimento da lei e muito menos com a vida de trabalhadores e clientes”, afirma o secretário Jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo, que participou da reunião. Carlão ressalta que a lei de segurança bancaria em vigor tem mais de 30 anos e está defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade.

Segundo dados apurados pelo Dieese com base nos balanços publicados, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) apresentaram lucros de R$ 60,3 bilhões em 2014. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 3,7 bilhões, o que representa média de 6,1% em comparação com os lucros auferidos.

Motoboys – O Itaú foi multado em 12 processos por transportar valores acima de 7 mil Ufir em São Paulo por meio de motoboys contratados pela empresa Protege, quando a lei 7.102/83 determina que montantes acima desse valor devem ser conduzidos por veículo comum com a presença de dois vigilantes.

Vigilantes – Várias agências que abriram as portas sem vigilantes para atendimento ao público durante greve da categoria foram também multadas, diante do descumprimento da lei nº 7.102/83.

Também foram julgados processos contra empresas de segurança, transportes de valores e cursos de formação de vigilantes, com aplicação de multas, advertências e cassação de alvarás.

Logo no início da reunião da Ccasp, vigilantes que usavam camisetas pretas fizeram um protesto contra as explosões nos caixas eletrônicos e a insegurança no transporte de valores, cobrando providências das autoridades e dos empresários.

O representante do Exército na Ccasp, major Lopes, disse que o problema dos explosivos utilizados para roubar caixas eletrônicos está sendo estudado. A coordenadora da Ccasp ficou de agendar uma reunião específica para discutir a segurança no transporte de valores.

A Ccasp é integrada por representantes do governo e entidades dos trabalhadores e dos empresários. Foi a primeira reunião em 2015. A próxima está agendada para 27 de maio.
No ano passado, a Polícia Federal aplicou multas contra 21 bancos, no total de R$ 19 milhões.


Redação, com informações da Contraf-CUT – 5/3/2015

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