Pular para o conteúdo principal

Reunião com Santander sobre condições de trabalho

Linha fina
Novo modelo de gestão, avaliação baixa de trabalhadores nas agências e redução de postos de trabalho foram criticados pelo movimento sindical
Imagem Destaque

São Paulo - O Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), integrado por representantes dos funcionários e da direção do Santander, retomou as discussões sobre condições de trabalho nas agências e departamentos e isenção da cobrança de tarifas para os funcionários, entre outras questões. O encontro ocorreu na quinta 12, na sede do Sindicato.

Na reunião, o banco expos o programa Modelo Comercial Certo que, segundo os representantes do Santander, objetiva substituir o foco de atuação das agências direcionado ao produto para ser voltado ao cliente, implicando na mudança de postura de gestores no que se refere à cobrança de resultados.

“Esse modelo foi implantado no início deste ano em algumas unidades e agora está em toda a rede. Pelos relatos que temos dos funcionários, nada mudou. As cobranças por metas e as reuniões diárias continuam”, afirma a diretora executiva do Sindicato Maria Rosani, que participou da reunião.

“Deixamos claro que vamos acompanhar esse processo de perto, pois nossa principal reivindicação é que se acabe com as metas abusivas e as cobranças que tanto adoecem e prejudicam os trabalhadores”, afirma Rosani, orientando os bancários a denunciar caso não haja mudança de conduta dos gestores. O contato pode ser feito por meio do 3188-5200 ou clicando aqui (escolha o setor "site"). O sigilo do denunciante será preservado.

Mais contratações – Na negociação os dirigentes sindicais criticaram duramente a redução dos postos de trabalho e a alta rotatividade no Santander, que tem atingido principalmente funcionários com mais tempo de casa e ou próximos à estabilidade pré-aposentadoria.

Durante a argumentação os sindicalistas expuseram números do balanço do Santander, no qual verifica-se que na comparação de 2013 com 2014 o número de funcionários passou de 49.621 para 45.309, redução de 8.7%, e o fechamento de agências que caíram de 2.313 para 2.252, diminuição de 6,4%. No mesmo período houve crescimento no número de contas correntes, de 29 milhões para 31 milhões. Já as despesas com pessoal tiveram aumento de 1,2%, em que pese a categoria ter conquistado o reajuste de 8,5% na Campanha Nacional Unificada 2014.

“O banco está massacrando os trabalhadores com essa política: demite, principalmente os mais antigos e com salários mais elevados, para contratar outros e pagar menos, e reduz os locais de atendimento por meio de fusão de agências. É uma política equivocada e que até os clientes têm reclamado ao aderirem a abaixo-assinado do Sindicato por mais contratação, como ocorreu recentemente em agência da zona leste. Cobramos o fim dessa rotatividade, das demissões e que o banco contrate mais empregados”, destaca Maria Rosani.

> Sindicato reúne assinaturas contra caos em agência

Outro questionamento foi a atribuição de notas 2 nas avaliações, que coloca os funcionários em situação de risco para demissão. O Sindicato criticou o atual formato de avaliação e cobrou negociação para estabelecer critérios claros e objetivos. “Os empregados com avaliação baixa se sentem com a faca no pescoço e muitos adoecem por conta dessa situação. Isso tem de mudar, pois é impossível que uma pessoa tenha condições de trabalhar numa situação dessas”, afirma o presidente da Afubesp Camilo Fernandes.

O tema voltará a ser discutido com o Santander em abril.

Bolsas de estudos – Na reunião foi apresentado relatório do banco no qual consta que das 2 mil bolsa de estudos, foram atendidos 1.894 pedidos. Assim, os contemplados têm até 20 de março para entregar a documentação necessária.

A instituição não esclareceu os motivos de recusa. Dessa forma os dirigentes sindicais orientam a quem não teve sua solicitação atendida que entre em contato com o Sindicato para averiguar os casos.

As bolsas remanescentes da primeira graduação se somarão às 500 destinadas a pós-graduação, as quais serão disponibilizadas a partir do segundo semestre.   

Plano de saúde – Atualmente, por conta de liminar do Sindicato, não há mudança para os bancários de São Paulo, Osasco e região. No entanto, foram feitas alterações em outros locais. Dessa forma, na CRT ficou acertado de se agendar uma reunião para discutir especificamente essa questão.

Tarifas – O banco ficou de analisar a reivindicação sobre isenção de tarifas aos empregados da ativa e aposentados. Nesse ponto os dirigentes sindicais insistiram na necessidade de valorizar também os aposentados, que dedicaram muitos anos de suas vidas ao banco.

Prêmio tempo de casa – O Santander ficou de analisar a reivindicação de extensão ao prêmio por tempo de casa para funcionários que completarem 25 anos de vínculo dentro do período de aviso prévio e aos que se encontram afastados ou com inapto pelo banco.

SantanderPrevi – A direção do banco também ficou de analisar sobre a reivindicação de retomar as discussões do grupo de trabalho sobre SantanderPrevi, as quais estão interrompidas devido à intransigência da instituição financeira. Os trabalhadores insistem que haja eleições democráticas para o fundo de pensão, propondo ainda que o SantanderPrevi poderia migrar para o Banesprev como já ocorreu com outros fundos de pensão do grupo.


 Jair Rosa – 13/3/2015

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1