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Felicidade marca pagamento de ação da Nossa Caixa

Linha fina
Bancários receberam dinheiro relativo às horas extras trabalhadas e não pagas; Sindicato irá orientar sobre como declarar valor no imposto de renda do ano que vem
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São Paulo – Mais de 20 anos depois, cerca de dois mil bancários da Nossa Caixa finalmente receberem pelas horas extras trabalhadas e não pagas. Eles só puderam ver o dinheiro após acordo judicial entre o Sindicato, autor da ação, e o Banco do Brasil, que comprou a instituição estatal paulista em 2005. E sentimentos como felicidade e justiça prevaleceram na Quadra dos Bancários, palco da entrega dos cheques nesta segunda 16 e terça-feira 17.

“Foi uma grande surpresa, não esperava”, afirmou José Roberto Kerr, que entrou na Nossa Caixa em 1975 e se aposentou em 2014, já no Banco do Brasil. “Esse dinheiro veio em ótima hora. É um grande conquista do Sindicato junto aos trabalhadores”, completou.

O acordo assinado no dia 20 de fevereiro determinou o pagamento de R$ 100 milhões a 1.976 bancários que tinham duas horas extras pré-contratadas entre outubro de 1986 e junho de 1990.

“Fiquei muito feliz com a atuação do Sindicato, quero parabenizar pela luta, pela persistência, foi uma grande surpresa, não esperava”, declarou a bancária Haydée Guarnieri, que entrou na Nossa Caixa em 1984 e agora trabalha no Banco do Brasil.

O processo enfrentou muitas turbulências até que os bancários pudessem finalmente receber o que lhes é de direito. Dentre os percalços, uma decisão judicial retirando legitimidade do Sindicato – logo reformada por outra decisão judicial – ações de advogados particulares que tentaram tumultuar o processo e uma série de boatos infundados divulgados nas redes sociais.

“O Sindicato é o único representante do funcionário e eu acredito que sempre nos guiou no melhor caminho para lutarmos pelos nossos direitos. Estou muito feliz, não esperava esse dinheiro”, afirmou Tereza Idaka, bancária de 1976 a 2010, quando se aposentou. “Foi muito emocionante e gratificante rever colegas que não via há tanto tempo”, completou.

Pelo que se viu na quadra, muitas famílias trabalharam juntas no banco e juntas foram lesadas. É o caso de Judite, que veio em companhia do irmão. “Minha irmã também vai vir pegar o cheque a tarde”, contou.

Os de Paula também compareceram. Irmãos, cunhada, mãe e madrinha foram contemplados pelo acordo judicial, mas nem todos puderam gozar seus direitos. “Minha mãe infelizmente não viveu para receber esse dinheiro. Ela esperou tanto tempo para isso, mas morreu no ano passado. A Justiça demorou demais”, conta Martha Almeida de Paula, em companhia do irmão, Newton Francisco de Paula, e da cunhada Lourdes Almeida Gonçalves. A madrinha também faleceu antes de conseguir receber.

Quem não pôde comparecer à Quadra deverá entrar em contato com o Sindicato pelo 3188-5200 para  orientações de como receber seu pagamento.

Imposto de renda – No acordo ficou estabelecido que o Banco do Brasil irá apresentar nos autos os informes de renda de cada um dos beneficiários. A instituição providenciará o recolhimento da contribuição previdenciária patronal e pessoal de forma individualizada, proporcional ao crédito recebido por cada um, com a devida comprovação nos autos.

Feita essa comprovação nos autos, o Sindicato providenciará cópia dos documentos para posteriormente fornecer aos beneficiários que solicitarem. Os bancários deverão agendar no plantão coletivo apenas a partir de novembro pelo 3188-5200. Nessa oportunidade, os advogados orientarão quanto a declaração de imposto de renda a ser feita em 2016 com relação aos valores recebidos no acordo.

O banco providenciará o depósito das importâncias relacionadas ao FGTS nas respectivas contas vinculadas dos substituídos que ainda se encontram em atividade e os que foram desligados por pedido de demissão, junto à Caixa Econômica Federal. Os substituídos que estiverem nas situações legais previstas para o saque farão a devida comprovação perante a Caixa Econômica Federal. Em relação aos substituídos desligados pelo motivo de dispensa sem justa causa e aposentados as verbas devidas a título de FGTS serão pagas juntamente com os créditos.


Rodolfo Wrolli – 18/3/2015
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