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União da cidade e do campo contra atraso de SP

Linha fina
Fórum de Movimentos Sociais, lançado em solenidade na Quadra do Sindicato, reúne mais de 50 entidades que organizarão luta conjunta para se contrapor e cobrar governo do estado
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São Paulo – Promover luta conjunta na cidade e no campo para que haja crescimento sustentável, emprego e distribuição de renda em todo estado. Esse é um dos desafios do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo lançado em solenidade na quarta 13, na Quadra do Sindicato.

Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato, participou do evento e enfatizou ser necessária mudança na política que perdura em São Paulo há cerca de 30 anos. Ela denunciou o ataque da política neoliberal do PSDB aos trabalhadores bancários e citou as privatizações de instituições financeiras públicas. “Praticamente todos os bancos estaduais foram privatizados, provocando milhares de demissões na categoria em todo o país. São Paulo já teve o Banespa que servia como instrumento importante para auxiliar no desenvolvimento na capital e no interior. Precisamos mudar esse cenário. Nossa luta é por educação pública de qualidade, pela valorização dos professores, e outras questões que afetam o dia a dia do cidadão, do trabalhador.”

Ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e diretor do Instituto Lula, Paulo Vannuchi, reforçou que o estado paulista está na contramão do Brasil e que os movimentos sociais precisam reinventar formas de protestos para fazer frente ao governo tucano. “É necessário reagir a tudo que está ocorrendo. Não é possível aceitar a crise hídrica, que haja esse colapso na educação, no transporte, na segurança. A imprensa blinda os responsáveis e faz parecer que tudo é normal. Não é. E temos de unir forçar para combater isso.”

Desigualdade – O técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Miguel Matteo, fez breve apresentação sobre as desigualdades no estado. 

Ele expôs dados revelando que atualmente apenas seis municípios – do total de 645 – detêm 50% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual. Essa desigualdade também é encontrada entre a população paulista, sendo que 50% dos mais pobres não chegam a ter 5% da renda do estado, enquanto os 10% dos mais ricos acumulam 50% de toda a renda estadual. “São Paulo há muito deixou de ser a ‘locomotiva’ do país. Se há alguns anos representava cerca de um terço do PIB nacional, sua participação na geração de toda a riqueza do país vem caindo e podemos dizer que hoje responde por pouco mais de um quarto (28%).”

Não tem arrego – Muito aplaudida e aos gritos de “Não tem arrego” no plenário, a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, enfatizou a resistência da categoria contra a truculência do governo estadual. “Tivemos uma grande vitória com os 17 juízes do Tribunal de Justiça do Estado negando o pedido do governador Alckmin de cortar o ponto dos grevistas. Nosso movimento completou dois meses hoje (dia 13). Ele é justo e legítimo. Não vamos arregar e permaneceremos em greve até que nos apresentam uma proposta digna.”

Manifesto – Os integrantes dos movimentos sociais também lançaram manifesto (clique aqui) com os motivos da criação do fórum constituído por cerca de 50 entidades, entre elas os sindicatos dos bancários de São Paulo, Osasco e região, do ABC, dos Metalúrgicos do ABC, dos professores (Apeoesp), as centrais sindicais CUT e UniCTB, Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A solenidade também foi marcada por uma mística de abertura em homenagem ao povo negro com espetáculo formado por diferentes grupos teatrais, em memória aos 127 anos de abolição inacabada.

Além disso, foi montada mesa com frutas e verduras cultivadas pela agricultura familiar no estado.


Jair Rosa – 14/5/2015
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