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Assédio moral leva Sindicato a fechar agência do BB

Linha fina
Durante o protesto, dirigentes reforçaram: denúncias devem ser feitas à entidade, que faz apuração junto ao banco e garante o anonimato da vítima; Cassi e Campanha Nacional foram outros temas abordados
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São Paulo – O Sindicato paralisou uma agência do Banco do Brasil até o meio-dia para protestar contra o assédio moral praticado por gestores daquela unidade bancária, localizada na Praça Dom José Gaspar (Centro). E para afastar as más vibrações do ambiente de trabalho, o ato ocorrido na manhã desta terça-feira 21 teve um caráter lúdico, com direito ao esparramamento de ervas conhecidas pelo poder de espantar as energias negativas, como capim-guiné, manjericão e arruda.

> Fotos: galeria da manifestação no centro

No interior da agência, dirigentes reuniram-se com os bancários para reforçar que o assédio moral deve ser denunciado. Conquista da Campanha 2010, o Sindicato possui um canal de combate à prática que garante o sigilo absoluto da vítima (clique aqui). A denúncia é apurada junto ao banco, que tem de responder em até 45 dias.

Recentemente, denúncia feita através do canal do Sindicato levou ao descomissionamento de um gestor da agência Berrini do BB, após o processo de apuração que levou à comprovação de prática de assédio moral.

Identidade revelada – Em conversa com os bancários, os dirigentes enfatizaram que denúncias não devem ser feitas através da ouvidoria do banco, justamente porque a identidade do denunciante acaba revelada durante o processo. Também afirmaram que o assédio moral é institucionalizado dentro da instituição financeira e que os trabalhadores devem se unir e se posicionar contra a prática.

“Nós, bancários do Banco do Brasil, somos o que somos e conquistamos o que conquistamos porque sempre fomos unidos, mas as últimas gestões estão nos dividindo com a cobrança abusiva por resultados”, salientou o dirigente sindical João Maia. “Precisamos nos unir mais uma vez para combater essa praga”, acrescentou.

Foi destacado, por exemplo, que as anotações na Gestão de Desempenho Pessoal (GDP) não podem ser usadas como ferramenta para o assédio e devem ser contestadas pelos trabalhadores caso não concordem com elas. “Os gestores não podem fazer o papel de capatazes e descer o chicote nos funcionários. Quando vestem a camisa e trabalham juntos, o resultado sai com mais eficácia”, afirmou João.

Cassi – Os dirigentes abordaram outras questões durante a reunião, como o déficit da Cassi. Foi criticada a sugestão do banco de aumentar o valor da contribuição dos segurados. A proposta do movimento sindical é que o banco faça dois aportes de R$ 300 milhões, um para sanar o déficit e outro para reestruturar a caixa de assistência.

“A maioria dos atendimentos da Cassi está relacionada a problemas de saúde causados pelas condições de trabalho, então não é justo que os trabalhadores paguem ainda mais”, afirmou o diretor do Sindicato João Fukunaga.

> Vídeo: propostas e soluções para a Cassi

Campanha Nacional – Também foi lembrado que a Campanha Nacional por melhores condições de trabalho e reajuste salarial está para começar. Foi reforçada a importância da participação dos trabalhadores. Na quinta-feira 23, a partir das 19h, haverá assembleia na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé) a fim de eleger representantes para as conferências estadual e nacional. Na ocasião, os bancos já poderão medir o nível de engajamento e mobilização da categoria. “Os bancos só atendem nossas demandas quando a mobilização é forte e isso só acontece com a participação de todos”, afirma João Fukunaga.

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Rodolfo Wrolli – 21/7/2015
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