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Sindicato cobra melhorias na Caixa

Linha fina
Em rodada de negociação, bancários exigiram contratações, fim do GDP, reversão de ações antissindicais, crescimento do banco público, entre outras reivindicações
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São Paulo – Mais empregados, fim do GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas); comissão para rever o PSI (Processo Seletivo Interno); e revogação do desconto dos trabalhadores que aderiram ao Dia Nacional de Luta contra o PL da Terceirização. Estas foram as reivindicações apresentadas à Caixa pelos integrantes da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), na rodada de negociação permanente, realizada nesta quarta-feira 22, em Brasília.

“O objetivo é melhorar as condições de trabalho e corrigir injustiças que favorecem o assédio moral, além de coibir práticas antissindicais”, diz o diretor executivo do Sindicato e integrante do CEE, Dionísio Reis. “Lamentavelmente, o banco não atendeu as reivindicações. Vamos continuar batalhando para que a Caixa reconheça a importância de crescer e propiciar boas condições de trabalho. Com a mobilização dos bancários e o envolvimento da população, vamos pressionar a instituição”, destaca.

Contratações – De dezembro de 2014 a março de 2015 houve saldo negativo de 1.188 postos de trabalho na Caixa, sendo que no mesmo período foram abertas 10 agências, evidenciando a urgência de aumentar o quadro de empregados. Diante disso, o Sindicato e a Apcef-SP promovem atos por mais contratações, com coleta de assinaturas junto à população.

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“Em 2014, a Caixa se comprometeu com a contratação de dois mil trabalhadores. Já existia essa deficiência, agravada com a saída de bancários que aderiram ao Programa de Apoio à Aposentadoria”, explica o diretor do Sindicato. “Segundo o Dieese, a Caixa, que costumava elevar o saldo de contratações no setor financeiro, hoje puxa essa conta para baixo, reduzindo mais de dois mil postos. Isso prejudica as condições de trabalho e o atendimento à população”, acrescenta.

Na negociação, o banco informou que ainda não decidiu sobre a retomada das contratações, mas disse que cumprirá o acordo de 2014. “Avaliamos que está cada vez mais difícil para a Caixa honrar com a sua palavra já que, em vez de contratar, reduziu o quadro em mais de dois mil empregados”, relata Dionísio.

Fim do GDP – No encontro, os trabalhadores voltaram a exigir o fim da  Gestão de Desempenho de Pessoas. Segundo Dionísio, a GDP foi imposta de forma unilateral e contribui para a precarização das relações de trabalho, por meio da cobrança individualizada de metas e incentivo à concorrência entre bancários. Entretanto, em resposta, o banco informou que irá manter a implantação do programa, que desde 1º de julho funciona nas gerencias médias e até 2016 deve ser ampliado para cobrar metas pessoais de todos os empregados.

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“Ao não rever a GDP, o banco fere a cláusula 56 da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), que determina que o monitoramento de resultados ocorra de forma positiva, com equilíbrio e respeito. Por ser individual, a meta expõe e constrange os trabalhadores. Além disso, o banco corre risco de descumprir ainda a cláusula 36, que veta a divulgação de rankings individualizados”, afirma o dirigente. “A Caixa está fazendo gestão de resultados e não de pessoas, por isso GDP deveria significar Gestão de Desempenho de Produtividade. Exigimos a suspensão imediata do programa e o fim das metas abusivas”, enfatiza.

Revisão do PSI – Após muita luta, Sindicato e trabalhadores conseguiram a alteração da política de promoções da Caixa, substituindo nomeações das chefias pelo Processo Seletivo Interno que, na teoria, deveria garantir condições justas para a ascensão profissional. Porém, após diversas alterações sem consulta aos funcionários, o mesmo perdeu a objetividade, lisura e transparência.

“A prova para o banco de habilitados, parte do PSI, possui diversos problemas: conteúdos que não constam no edital; questões mal formuladas; não divulgação do gabarito; impedimento de recursos por parte dos trabalhadores; além do fato de ser feita nos locais de trabalho, prejudicando sua lisura”, explica Dionísio. “Reivindicamos, mais uma vez, a criação de uma comissão para rever o processo. O banco de habilitados é uma boa iniciativa. O problema é a forma como foi aplicado”, defende.

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Na mesa de negociações, o banco novamente frustrou os trabalhadores ao recusar a criação da comissão para debater formas do PSI ser mais justo e eficiente na identificação de talentos pela própria Caixa.

Ação antissindical – Outra importante reivindicação apresentada aos representantes da Caixa foi a revogação do desconto de quem aderiu ao Dia Nacional de Luta contra o PL da Terceirização, ocorrido em 29 de maio. O Sindicato tem atrasado a abertura de agências e realizado abaixo-assinados contra esta postura do banco. Na negociação, a Caixa considerou a possibilidade de negociar a questão e ficou de dar uma resposta concreta posteriormente.

“O PL da Terceirização, que tramita no Senado como PLC 30/2015, representa risco para todos os trabalhadores. O banco não pode punir alguém por exercer o direito de se manifestar. Exigimos a revogação do desconto e reversão dos reflexos na carreira”, cobra Dionísio.

Próximos passos – Segundo o diretor executivo do Sindicato, diante de tantas negativas, a mobilização dos trabalhadores irá aumentar cada vez mais até o banco reconhecer a importância de cada reivindicação.

“O papel da Caixa é financiar o desenvolvimento do país, financiar e operacionalizar programas sociais, além de regular o sistema financeiro nacional através da concorrência. Lutamos esse ano todo para que a Caixa continuasse 100% pública. Os trabalhadores não vão permitir que ela se omita desta tarefa” conclama Dionísio.


Felipe Rousselet – 22/7/2015

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