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Ato denuncia acobertamento de assédio moral no BB

Linha fina
Dirigentes destacaram importância da união e da mobilização dos trabalhadores contra a prática, que deve ser rechaçada e denunciada ao Sindicato; entidade possui canal que garante sigilo absoluto da vítima
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São Paulo – Mais uma vez o Portal do Inferno se ergueu para denunciar o assédio moral no Banco do Brasil. O palco da atividade organizada pelo Sindicato nesta quarta-feira 29 foi a Superintendência Regional Norte, localizada na agência Campos Elísios (centro), que ficou paralisada até o meio dia. Também foram espalhadas no local ervas como arruda e capim guiné, a fim de afastar as más práticas de trabalho que infernizam a vida dos trabalhadores – uma maneira lúdica de abordar um problema sério e endêmico.

> Fotos: galeria da manifestação

“O assédio moral é institucionalizado na estrutura do banco e não é combatido da forma como deveria quando o assediador é amigo da Dipes (Diretoria de Pessoas) e ocupa um alto cargo”, afirma a dirigente sindical Inês Ogando. “Temos aqui o caso do superintendente regional norte que é reincidente. Foi afastado com suspensão de trabalho por 30 dias sem vencimento, mas retornou e continuou humilhando, expondo, coagindo, desrespeitando. Nós voltamos a denunciar e a punição desta vez foi para inglês ver. Como pode a segunda punição ser mais branda do que a primeira? Nós não entendemos e não aceitamos”, acrescenta.

> Sindicato cobra medidas do BB contra assediador

O dirigente sindical João Fukunaga lembra que naquele mesmo local de trabalho há outros casos de assediadores. “Como que em apenas um local surgem tantas denúncias? Isso só acontece porque não há punição adequada por parte da Ouvidoria interna, que é subordinada à Dipes."

A direção do banco incorporou e subordinou a vice-presidência de pessoas à vice-presidência de varejo, onde as metas são elaboradas e cobradas. "E qual é a postura do vice-presidente quando o assediador é amigo da Dipes?", questiona.

Em junho, o Banco do Brasil foi condenado em ação coletiva por vários casos de assédio moral. A instituição terá de pagar indenização de R$ 600 mil ao Fundo de Amparo ao trabalhador e coibir a prática em todo o país.

Durante o protesto, os dirigentes sindicais reforçaram aos funcionários que o assédio moral não deve ser aceito e tem de ser denunciado. Conquista da Campanha 2010, o Sindicato possui canal de combate à prática, que garante o sigilo absoluto da vítima. A denúncia, feita por aqui, é apurada junto ao banco, que tem de responder em até 45 dias.

Os dirigentes reforçaram ainda que os trabalhadores devem se unir e apoiar as vítimas de assédio. “Nós temos o poder de mudar essa direção do banco, mas se a gente só reclama e não se mobiliza, o pessoal lá em Brasília vai olhar para baixo a achar que está tudo bem, e nada vai mudar”, afirmou Fukunaga.

Campos Elísios – O Sindicato também protestou em frente à Gepes (Gestão de Pessoas) contra o gerente-geral da agência Estilo Campos Elísios na tarde desta quarta-feira 29. Ele também é alvo de denúncias de assédio moral e frequentava um curso de gestão de pessoas e desempenho durante o protesto. A agência está localizada no mesmo prédio da Superintendência Regional Norte.


Redação – 29/7/2015
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