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Denúncias de assédio moral disparam em SP

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Aumento foi de mais de 100% e coincidiu com campanha publicitária do Ministério Público do Trabalho contra a prática; Sindicato possui canal de denúncias que garante sigilo absoluto para vítima
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São Paulo – A campanha do Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o assédio moral veiculada no rádio e na televisão está revelando a realidade encarada por grande parte dos empregados. De junho para julho, o número de denúncias aumentou 125% no estado de São Paulo. Em todo o Brasil, são mais de 5,7 mil inquéritos.

O assédio moral ocorre quando há constrangimento ou humilhação no ambiente de trabalho, de forma recorrente. A médica e pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno avalia que a prática é um problema estrutural das empresas.

“Existe uma organização do trabalho que se volta essencialmente para a produtividade dos trabalhadores, o que os obriga a cumprir as metas estipuladas unilateralmente pelas empresas, que muitas vezes são abusivas, e para que sejam alcançadas criam-se métodos de pressão, ameaça, medo e humilhações, que chamamos de violência psicológica”, reforça Maeno.

Campanha – O vídeo, que é parte da campanha do Ministério Público contra o assédio moral, mostra o chefe anunciando o funcionário eleito “incompetente do mês”. “Continue assim, sem cumprir as metas, que você vai longe, vai bem longe, vai para o olho da rua", mostra a simulação (clique aqui para assistir).

A campanha foi paga com parte dos R$ 10 milhões da multa aplicada à Samsung, que teve de assinar um termo de ajuste de conduta do MPT em dezembro do ano passado. A empresa também foi obrigada a adotar medidas para evitar o assédio moral em suas unidades.

Segundo o procurador do Trabalho Marcelo Costa, o MPT pode atuar quando o assédio contamina mais de uma pessoa na empresa, acarretando em ambientes de desrespeito. “Toda vez que o empregador ou seu preposto pretende dar um recado, ele pode estar dirigindo aquele assédio ou aquela conduta ofensiva, ou aquelas ofensas pra determinado trabalhador, mas todos os outros estão presenciando isso. As empresas podem estabelecer uma série de condutas empresariais para fiscalizar isso”, afirmou em entrevista à TV Brasil.

Denuncie – O assédio moral pode causar doenças físicas e psíquicas como depressão, distúrbios gastrointestinais e do sono, e transtornos ansioso depressivos. “O empregado que estiver passando por essa violência não pode se isolar. Ele deve denunciar, porque este é um problema sistêmico da empresa e não dele”, orienta Maria Maeno.

O Sindicato mantém um canal de denúncias contra o assédio moral (clique aqui) que garante sigilo absoluto para a vítima. A entidade irá apurar a queixa junto ao banco, que terá 45 dias para dar uma resposta.


Redação, com informações da TV Brasil – 3/8/2015
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