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Saiba separar o joio do trigo

Linha fina
Quando imprensa trata casos específicos como realidade geral, demoniza sindicatos e faz jogo dos patrões
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São Paulo - Existem sindicatos que não são comprometidos com a sua categoria? Infelizmente sim. Assim como em outros setores da sociedade, existem organizações sérias e outras nem tanto. Porém, quando a imprensa passa a mensagem de que todas as entidades são iguais, está prestando um desserviço para a população e atendendo aos interesses do empresariado.

“Ao igualar todos, pretende-se minar a percepção do papel que os trabalhadores cumprem na luta por condições dignas de trabalho. E são tantas. Conquistas como férias, pagamento de horas extras, vales alimentação e refeição, auxílio-creche, licença-maternidade, tudo isso vem de um grande processo de luta de sindicatos sérios aliados a categorias combativas”, afirma a secretária de Comunicação do Sindicato, Marta Soares. “No caso dos bancários, por exemplo, a proibição do trabalho aos sábados foi uma conquista da greve de 1962 e outras tantas vieram ao longo das últimas décadas. Retratar parte dos sindicatos como se fossem todos pelegos só atende ao interesse dos maus patrões que sonham com um mundo sem sindicatos combativos”, enfatiza.

No Globo – Segundo a dirigente sindical, um exemplo recente de como a imprensa utiliza-se da generalização para atacar o movimento sindical é a série de reportagens do jornal O Globo, que pretendeu abordar os problemas do sindicalismo brasileiro.

“O jornal aborda problemas em cinco entidades, mas passa a impressão de que todo o movimento sindical é um mal. Não foi mostrado um único sindicato que, na avaliação da publicação, fosse um bom exemplo”, destaca Marta. “É curioso que esses ataques ganhem intensidade no segundo semestre, época das campanhas salariais de algumas das categorias mais fortes do país: bancários, químicos, metalúrgicos”, acrescenta.

Sindicato bom – Se existem sindicatos sérios e outros que desvirtuam a função, como reconhecer os que realmente representam, de forma honrada, os trabalhadores?

Sindicato sério, antes de tudo, tem trabalhadores associados, faz assembleias, tem representatividade. Realiza eleições democráticas e os dirigentes eleitos estão sempre próximos da base. Além disso, tem de ser transparente, divulgar balanços e aprovar anualmente suas contas em assembleia. Participa de debates sobre temas que afetam toda a sociedade e oferece canais de comunicação eficientes.

“Assim é uma entidade comprometida com a categoria, que dá sua contribuição para que a sociedade brasileira avance como um todo”, reforça a dirigente. “Transparência e diálogo são essenciais para um bom sindicato. Estamos sempre em contato com a base através da central de atendimento, Folha Bancária, site e redes sociais. Contrapor-se ao poder do capital sempre motivou ataques, mas a união dos trabalhadores seguirá vencendo essa batalha.”

Imposto sindical – Além disso tudo, o Sindicato dos Bancários demonstra seu comprometimento com os trabalhadores ao devolver o imposto sindical. Por discordar da taxa compulsória, a entidade permite a devolução do que lhe cabe (60%) ao trabalhador. Toda a estrutura de luta dos bancários de São Paulo, Osasco e região é mantida por contribuições dos trabalhadores aprovadas em assembleia e por mensalidades associativas.

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Felipe Rousselet - 4/8/2015

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