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Dilma defende redução do spread e juros bancários

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Após anúncio do pacote de incentivo à economia, presidenta criticou o spread elevado do país e disse que diminuição elevaria a qualidade do setor produtivo
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São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff cobrou a redução do spread bancários e das taxas de juros praticadas pelos bancos, durante pronunciamento feito logo após o anúncio, nesta terça-feira 3, do novo pacote de incentivo à economia lançado pelo governo.

O spread é a diferença entre os que os bancos gastam para captar dinheiro e quanto eles cobram dos clientes para emprestar esse dinheiro. A presidenta disse que “é difícil” encontrar explicações para o nível dos spreads no país – cuja média anual alcança 27,8% - e afirmou que a diminuição pode elevar a qualidade do setor produtivo.

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"É necessário fazer no Brasil a discussão sobre os spreads. Queremos sim juros e spreads menores. Com isso, as empresas vão poder investir na expansão da produção, na modernização de seu processo produtivo", afirmou a presidenta.

O governo deve anunciar em breve medidas para incentivar o crédito para consumo, entre elas a redução dos juros nos bancos públicos para forçar a competitividade no mercado financeiro e a queda das taxas também nos bancos privados.

Indústria - A presidenta ressaltou ainda que o pacote, divulgado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, minutos antes, é uma reação aos impactos da crise econômica internacional e ao protecionismo adotado por alguns países desenvolvidos. E afirmou que é possível garantir o estímulo ao setor industrial e o aquecimento da economia sem adotar ações que prejudiquem os trabalhadores brasileiros.

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Dilma destacou que o modelo de desenvolvimento econômico brasileiro exige uma indústria forte e inovadora. E afirmou ainda: “A melhor saída para a crise não está na velha receita da recessão e da precarização do trabalho. Essa tem sido para nós a fórmula do fracasso.”

Em seguida, a presidenta ressaltou que o Brasil tem demonstrado que não existe incompatibilidade entre cortar gastos e permitir o crescimento econômico. “É possível gastar com parcimônia”, disse. “O governo não vai abandonar a indústria brasileira”, completou.

Dilma destacou que o governo tem os “instrumentos” necessários para garantir os incentivos à produção interna e que “não vai deixar” de usá-los. A presidenta pediu o apoio dos 19 conselhos formados por empresários, trabalhadores e integrantes do governo que representam 11 setores da produção nacional.

“Esse grande conjunto está orientado por um grande propósito: estimular o desenvolvimento produtivo no Brasil. Vamos estimular as exportações para que as empresas invistam e ganhem produtividade. País rico é o que investe, cria empregos e se torna cada vez mais competitivo”, destacou a presidenta.

Segundo Dilma, para executar medidas estruturais é necessário colocá-las em prática por etapas, sem açodamento. A presidenta reiterou que os efeitos da crise econômica internacional são acompanhados “atentamente” pelo governo. Ela lembrou que as medidas adotadas de forma pontual são mais eficientes, pois a economia é dinâmica.

“[Temos de] utilizar [nossa] capacidade de um acompanhamento sistemático porque a economia é dinâmica e requer do governo ações constantes”, destacou a presidenta, cobrando de todos os presentes no lançamento das medidas, que fazem parte do Plano Brasil Maior, empenho na execução. “Meu governo estará sempre ao lado do desenvolvimento com a proteção da indústria e emprego.”

*Atualizada às 18h de 3/4/2012

Redação, com Folha.com e Agência Brasil - 3/4/2012

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