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Trabalhadores cobrarão mais contratações no BB

Linha fina
Primeira mesa de negociação com direção do banco tratará de emprego e condições de trabalho; movimento sindical vai destacar as 5 mil saídas pelo PAI
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São Paulo – Os representantes dos trabalhadores e a direção do Banco do Brasil reúnem-se na segunda-feira 24, em Brasília, no que será a primeira mesa de negociação específica da Campanha 2015. O tema será emprego, contratações e condições de trabalho.

“Vamos cobrar do banco mais contratações e destacar que cerca de 5 mil bancários em todo o país saíram porque aderiram ao PAI [Plano de Aposentadoria Incentivada]. Com isso, a situação nas agências piorou ainda mais, com sobrecarga para os funcionários e mau atendimento à população”, diz o dirigente sindical e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários pela Fetec/CUT-SP, João Fukunaga, que participará da mesa.

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Apesar do grande número de recém-aposentados, o Banco do Brasil teve saldo positivo de apenas 778 postos de trabalho entre junho de 2014 e junho de 2015. “Isso  é insuficiente diante da quantidade de funcionários que se desligaram. A direção do banco precisa entender que emprego está diretamente ligado a condições de trabalho. Como o bancário pode trabalhar com condições dignas se faltam pessoas na empresa? Não tem como um ser humano ter saúde se está sobrecarregado de tarefas, se é constantemente pressionado para cumprir metas cada vez maiores e sofre assédio moral dos supervisores. Apesar de público, o BB segue a mesma lógica das instituições privadas que adoecem seus empregados”, critica o dirigente.

João Fukunaga também destaca que os lucros do BB são crescentes. Só no primeiro semestre o banco teve lucro líquido ajustado [que exclui itens extraordinários] de R$ 6 bilhões. “Isso representa um crescimento de 11,5% sobre o resultado do mesmo período do ano passado. Ou seja, a empresa tem todas as condições para contratar mais pessoas e cumprir sua função social com geração de empregos no país e melhor atendimento a clientes e usuários.”

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Ele destaca ainda que apenas com as receitas de tarifas e serviços cobradas dos clientes, o BB cobre em 107% suas despesas de pessoal, inclusive a PLR. “E ainda assim criou apenas 778 empregos em um ano. É inadmissível!”

O dirigente também critica as readequações de quadro realizadas pelo banco nas agências, sem critérios claros nem para os gerentes-gerais das unidades. “O banco tira gente de agência lotada para colocar em outra mais lotada ainda. É como aquela história do cobertor pequeno que cobre a cabeça, mas descobre o pé.”

Saúde – A segunda mesa será no dia seguinte, terça-feira 25, e continuará tratando das reivindicações sobre condições de trabalho, além de saúde. “Queremos dados sobre saúde do trabalhador, número de afastados e adoecidos, por exemplo. Vamos cobrar transparência”, adianta João.

A Cassi também será abordada. “Reivindicamos a ampliação da Estratégia Saúde da Família, mais Clinicassi e, acima de tudo, vamos reiterar que não abriremos mão do princípio da solidariedade na Caixa de Assistência [esse princípio garante que todos os usuários paguem a mesma porcentagem do salário, 4,5%, independentemente de número de dependentes].”

Campanha – O tema da campanha é Exploração não tem perdão, e aborda os sete pecados do capital. Confira aqui.

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Andréa Ponte Souza – 21/8/2015
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