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Chacina na Grande São Paulo faz 19ª vítima

Linha fina
Adolescente de 15 anos estava internada com ferimento abdominal; protesto em frente ao Masp denunciou o que acontece nas periferias
Imagem Destaque
São Paulo – A adolescente Letícia Vieira Hillebrand da Silva, de 15 anos, é a 19ª vítima da chacina ocorrida no dia 13 de agosto, nas cidades de Barueri e Osasco, na Grande São Paulo. Segundo a Secretaria de Saúde, Letícia morreu à meia-noite da quinta-feira 27 no Hospital Regional de Osasco, onde estava internada em estado grave após dar entrada com ferimento abdominal.

Letícia era uma das seis pessoas que ficaram feridas. Ela estava na calçada, com uma amiga, na Rua Suzano, em Osasco, quando foi atingida por um tiro. Guilherme Moreira recebeu alta no sábado 22 e os demais continuam internados na região.

Protesto – Voluntários da organização não-governamental (ONG) Rio de Paz fizeram um ato na sexta 28 em solidariedade às famílias dos assassinados. Os ativistas colocaram 19 sacos pretos com os nomes de cada uma das vítimas na calçada em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). Vestindo preto, se amordaçaram.

Esse é o segundo ato promovido pela ONG, de maneira semelhante e no mesmo local. Cláudio Nishikawara, voluntário da Rio de Paz, que coordena o ato, diz que o objetivo é alertar sobre o que acontece nas periferias e com a população pobre. “Estamos cobrando das autoridades uma elucidação rápida. Já são duas semanas e nós não sabemos nada sobre o que aconteceu. Nada está claro”, declarou.

Segundo ele, outros eventos serão organizados para cobrar a elucidação dos crimes. “A intenção é chamar a atenção da sociedade paulistana, classe média, classe média alta, sobre o que acontece na periferia, a violência a que as pessoas são submetidas. Acreditamos que quem mais tem voz, visibilidade para cobrar as autoridades, é a classe média.”

A auxiliar de enfermagem Nair Diniz, 50 anos, conta que a chacina em Barueri aconteceu na rua de sua casa. Segundo ela, a vizinhança vive um clima de medo desde o ocorrido. “Eu não conhecia as pessoas, mas o medo ronda. Eles avisam que é para entrar [em casa] às 22h. Deixam avisado para ninguém sair, porque eles vão matar mesmo”, relatou.

A estudante de jornalismo, Ana Beatriz Issler, 18 anos, parou para tirar fotos dos sacos pretos. “É uma imagem horrível de se ver. É pesado porque a gente não tem muitas informações sobre o que exatamente aconteceu nessa chacina. Dá um desanimo, mas é um bom protesto”, disse.

Suspeito - A Justiça Militar do estado de São Paulo decretou, na quarta-feira 26, a prisão preventiva do soldado Fabricio Emmanuel Eleutério, suspeito de ter participado da chacina. Ele foi reconhecido pessoalmente por um sobrevivente. O soldado nega e, segundo a polícia, seu álibi não foi comprovado até o momento.

Fabricio estava sob prisão disciplinar na sede da Corregedoria da Polícia Militar (PM) desde sexta-feira 21 e foi transferido para o presídio militar Romão Gomes.

A Corregedoria da PM continua investigando os assassinatos.


Redação, com informações da Agência Brasil - 28/8/2015
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