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Caixa cancela banco de habilitados do Psic

Linha fina
Antiga reivindicação dos empregados, decisão só ocorreu após recomendação do Ministério Público do Trabalho, que constatou diversas irregularidades; movimento sindical cobra comitê paritário para discutir implantação de processo mais transparente
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São Paulo – Precisou o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrar em cena para a Caixa Econômica Federal atender a uma antiga reivindicação dos empregados: a extinção do banco de habilitados vigente e suas regras pouco transparentes para o Processo de Seleção Interna por Competência (Psic).

Agora os postulantes a novos cargos poderão participar do Psic e concorrer a funções gratificadas. A decisão ocorreu após audiência na quinta-feira 27 e se refere ao processo que vinha sendo aplicado desde abril deste ano para cargos de assistente executivo (júnior, máster e sênior) e consultor.

“O movimento sindical é a favor de uma prova objetiva com regras claras, transparentes, possibilidade de recursos, disponibilização de gabarito. Essas determinações foram aprovadas no 31º Conecef e são tudo o que aquele banco de habilitados não fornecia”, comenta o diretor executivo do Sindicato e integrante da comissão executiva dos empregados da Caixa, Dionisio Reis.

A recomendação do MPT surgiu devido à constatação de diversas irregularidades no processo, como tratamento desigual aos participantes, ausência de uniformidade em relação a datas, horários, questões e locais de provas, além da falta de lisura. Em relação a esse último ponto, o Ministério Público exige que os candidatos tenham acesso à prova e ao gabarito, assim como a oportunidade de interposição de recursos, o que eram antigas reivindicações do movimento sindical.

Apesar de ter acatado a recomendação, a Caixa precisa resolver uma pendência. É que o banco, para evitar ações judiciais geradas pela expectativa de ascensão frustrada, havia oferecido a “vantagem” de um bônus para o grupo de empregados aprovados no certame, mas não promovidos. A proposta não foi aceita pelo MPT, e o prazo dado para que a Caixa se manifeste encerrou-se na segunda-feira 31. Caso o problema permaneça, a procuradora Ana Cristina Tostes Ribeiro, que assina a Notificação Recomendatória, deve impetrar ação contra o Psic.

Histórico – As denúncias sobre irregularidades no processo de seleção surgiram em meados de junho. Na ocasião a Contraf/CUT e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) enviaram ofício para a Caixa reivindicando a criação de um comitê paritário para acompanhar e sugerir melhorias nos processos. Anexada ao documento, foi encaminhada uma relação com comentários de candidatos, feitos no Facebook. “Foi um nojo. Até agora tento entender algumas questões e não chego a lugar nenhum”, escreveu um deles.

A Caixa respondeu ao ofício no início de julho, negando falhas no processo e se recusando a criar o comitê paritário, o que já existiu, mas acabou extinto por falta de comprometimento da estatal.

“O banco tem de discutir com os representantes dos trabalhadores o processo de seleção interna por meio de um comitê e nós vamos reforçar essa demanda na negociação sobre carreira e isonomia, a ser realizada no dia 11”, acrescenta o dirigente.


Redação – 31/8/2015
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