Pular para o conteúdo principal

Sindicato cobra do Itaú reunião sobre empregos

Linha fina
Entidade quer esclarecimentos acerca de declaração de diretor de varejo que anunciou o fechamento de agências e cortes de postos de trabalho
Imagem Destaque
São Paulo – “Contradição é a palavra que define as declarações do diretor da Área de Varejo do Itaú, Marco Bonomi: ao mesmo tempo em que o banco prega, na imprensa e nas propagandas, a responsabilidade social, internamente anuncia o corte de milhares de postos de trabalho”, critica a diretora do Sindicato e funcionária do Itaú Valeska Pincovai, referindo-se aos anúncios do diretor em reunião de acionistas na penúltima semana de agosto.

Ao reforçar a estratégia do Itaú de apostar cada vez mais no atendimento digital, Bonomi disse que em três anos o banco fecharia 15% das cerca 4 mil agências físicas que possui em todo o país e, em 10 anos, metade das chamadas “agências tijolo” deveriam ser extintas. O Itaú conta hoje com 90 mil funcionários, dos quais 60 mil em agências, portanto, a estratégia poderia resultar no corte de 30 mil empregos.

“A declaração deixou os funcionários, que já se sentiam ameaçados pelas constantes demissões por justa causa, ainda mais apreensivos. O Sindicato está cobrando do Itaú uma reunião para esclarecer essas afirmações e também cobrar a manutenção dos empregos diante da política de investimento digital. Mas até agora não obtivemos resposta”, diz Valeska.

As agências digitais do Itaú começaram a ser abertas há dois anos e hoje já têm uma proporção muito grande de clientes. O projeto piloto foi com as Personnalité, hoje com 44 unidades digitais e 254 mil clientes. Agora o Itaú investe no projeto para as Uniclass, onde espera atender 1,5 milhão de clientes até o final de 2016. “Mas da mesma forma que o banco expande o atendimento digital, reduz os empregos. E se continuar nesse ritmo, os cortes serão bem antes dos dez anos anunciados por Bonomi”, diz Valeska.

A dirigente lembra que desde que o Itaú começou com o projeto piloto de agências digitais, o Sindicato vem cobrando uma negociação sobre o tema. “Não há um esclarecimento, uma reunião sequer com os funcionários sobre o novo modelo. Queremos saber como ficarão os empregos nas unidades físicas, já que o próprio Roberto Setúbal [presidente do banco] usa o termo “agências tijolo”, tentando passar uma ideia de passado, de idade da pedra. Os funcionários não podem continuar nessa insegurança!”, reforça, destacando que a categoria está em plena Campanha Nacional e que emprego é prioridade na pauta de reivindicações.

> Veja todas as reivindicações da categoria

Oito horas – Valeska menciona ainda outro problema nas agências digitais: “O Sindicato vem recebendo denúncias de que os funcionários estão atendendo o público por telefone durante oito horas seguidas, o que é proibido pela NR 17. O Itaú nega, mas os dirigentes têm dificuldades para entrar nelas. Se não há nada de errado porque o Itaú dificulta nosso acesso? Além do mais, isso é prática antissindical!”, denuncia. “Está claro que a estratégia é a de isolar os trabalhadores e não deixar que tenham contato nenhum com o Sindicato, mas eles se esquecem de que nós também temos a nossa comunicação digital”, acrescenta a dirigente citando o site do Sindicato, a página do facebook/spbancarios, do twitter - @spbancarios e o WhatsApp.


Andréa Ponte Souza – 3/9/2015
seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1