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Agência digital prejudica bancários do Itaú

Linha fina
Modelo, criticado pelo Sindicato, provoca redução de clientes mas banco mantém metas abusivas
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São Paulo - Desde que o Itaú começou a implantar as chamadas agências digitais, a vida dos gerentes de unidades convencionais vêm se tornando cada vez mais difícil.

Márcia Basqueira, diretora do Sindicato, destaca que os clientes estão sendo transferidos ao novo modelo, mas sem alteração nas metas impostas aos funcionários. “Essa migração provoca nas unidades convencionais perda no RGO (Resultado Geral Operacional) em sua classificação e em número de clientes. Isso prejudicou o desempenho de diversos locais de trabalho, diminuindo a remuneração das pessoas pelo programa próprio, o Agir”, diz a dirigente. “É um absurdo, pois o funcionário tem de refazer sua carteira e não tem fôlego para isso. Se não bate as metas sofre consequências e pode até ser demitido por baixa performance.”

Sem discussão - A dirigente lembra que, depois de muita insistência, após a entrega das reivindicações específicas ao Itaú neste ano, o Sindicato foi chamado para assistir à apresentação do Agir. “Fomos na intenção de debater o programa e resolvermos problemas que massacram os trabalhadores, mas saímos frustrados. A exposição foi superficial e o Itaú não discutiu nada.”

Na apresentação, a instituição informou que as agências que fossem fechadas devido a reforma por explosão de caixas eletrônicos, inundações, entre outros, teriam a pontuação ajustada. Porém, há relatos de funcionários de que esse ajuste não aconteceu.

“Com o crescimento das agências digitais e com a declaração do banco sobre o fechamento de agências nos próximos anos, os trabalhadores estão pressionados”, relata Márcia Basqueira. “Outro problema é que o número menor de clientes faz que o "M" das agências, ou seja sua dimensão, reduza, impactando a remuneração dos trabalhadores”, ressaltou. 
Segundo a dirigente sindical, o resultado é de diversos bancários doentes – com estresse, depressão, por exemplo - pelo aumento de assédio moral por cobrança de metas.

Em agosto Marco Bonomi, o executivo que manda em toda a área de varejo do Itaú, declarou em reunião com acionistas que o Itaú pretende cortar 50% das agências existentes, sendo 15% já nos próximos três anos. O corte pode levar à demissão de até 30 mil funcionários em dez anos.

O Sindicato encaminhou ao Itaú a reivindicação para discutir essas questões o mais rápido possível. Até segunda-feira 14 não houve resposta.


Luana Arrais – 14/9/2015
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