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Itaú nega fechamento de agências

Linha fina
Em reunião com trabalhadores, banco diz que declarações de Marco Bonomi foram mal interpretadas pela imprensa, e que não há cronograma para substituir unidades físicas por digitais
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São Paulo – Em reunião com representantes dos trabalhadores, diretores do Itaú negaram as informações veiculadas pela imprensa no final de agosto de que a estratégia do banco seria fechar 15% das suas agências físicas nos próximos três anos e 50% em 10 anos, o que poderia acarretar em 30 mil cortes de empregos.

“Eles disseram que as declarações do diretor da área de Varejo, Marco Bonomi, foram mal interpretadas pela imprensa, e que não há cronograma para substituição das unidades físicas por digitais”, conta a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva, que participou da reunião, na quarta-feira 23, em São Paulo.

A declaração do executivo foi feita durante encontro de acionistas, na penúltima semana de agosto. Desde que foi noticiada, o movimento sindical cobrava explicações. “A reunião de hoje (quinta) foi um desdobramento dessa cobrança”, explica Ivone (na foto, primeira à direita).

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Diante da negativa do Itaú, os trabalhadores reivindicaram acompanhar qualquer processo de migração de bancários das chamadas agências tijolo para as agências digitais. “Por mais que o banco diga que não há o cronograma divulgado pela imprensa, sabemos que existe um processo de investimento em tecnologia que tem migrado trabalhadores para unidades digitais. Reivindicamos poder acompanhar esse processo de perto. Dissemos ainda que queremos saber onde se localizam e ter acesso a essas unidades digitais”, informa a dirigente. O banco não deu respostas sobre as reivindicações.

Os trabalhadores também deixaram claro que o Itaú, que lucrou R$ 11,9 bilhões apenas no segundo semestre de 2015 – crescimento de 25,7% em relação ao mesmo período de 2014 –, não tem qualquer justificativa para cortar empregos. Mesmo assim, o maior banco privado do país extinguiu 2.392 postos em doze meses (junho de 2014 a junho de 2015).

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Justa causa – Os representantes dos trabalhadores também cobraram o fim das demissões por justa causa que vêm ocorrendo com frequência. “Muitos são coagidos a assinar papéis que acabam sendo usados como provas contra eles mesmos depois. E as principais vítimas desses processos são bancários com mais de dez anos de casa. É inadmissível que um banco do porte do Itaú tenha essa prática”, critica Ivone.

PCR e bolsas – Durante a reunião, foi entregue pauta com reivindicações para a melhoria do PCR (Programa Complementar de Remuneração) e das bolsas de auxílio-educação. Os trabalhadores querem reajuste de 23,5%, passando a R$ 5.100,55; e reajuste das bolsas também em 23,5%, passando a R$ 392,50. O banco ficou de analisar as propostas e dar a resposta em outra reunião a ser agendada.


Andréa Ponte Souza – 23/9/2015
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