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Guerra das Estrelas na Caixa é assédio disfarçado

Linha fina
Competição da regional SR Santana da Caixa premia agências que venderam mais produtos com festas e jantar; quem paga são os bancários das agências “derrotadas”
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São Paulo – Uma “brincadeira” nada inocente. A regional SR Santana da Caixa promoveu uma gincana por meio da qual a agência vencedora é aquela que mais vendeu produtos do banco. Chamada de “Guerra das Estrelas”, a competição teve duas fases, chamadas de batalhas. Em cada uma, o prêmio é uma festa na agência vencedora. Por fim, também existe um prêmio especial para o qual só concorrem agências que fizeram no mínimo 850 pontos na campanha e 85 pontos na venda de seguros e previdências.

E o pior, as premiações não são custeadas pela Caixa. Quem banca os prêmios são os empregados de agências que ficaram do quarto lugar para baixo nas “batalhas”.  

“Os trabalhadores não estão nada satisfeitos com a gincana, prova disso são as denúncias recebidas pelo Sindicato. Nenhum empregado pode ser obrigado a custear premiações tirando dinheiro do próprio bolso, seja qual for o valor. Isso não passa de uma punição “disfarçada” de brincadeira. É o assédio moral institucionalizado pelo banco”, critica o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Francisco Pugliesi.

“Já denunciamos estas práticas humilhantes que constrangem bancários para o cumprimento de metas, inclusive em mesa de negociação da Campanha Nacional Unificada, mas o banco não tomou qualquer providência. O Sindicato está investigando os detalhes dessa gincana e pode comparecer com carro de som no local do jantar de comemoração, um restaurante no Brooklin, para protestar contra o completo desrespeito aos trabalhadores”, enfatiza o também diretor do Sindicato e empregado da Caixa Dionísio Reis.

“Temos conhecimento de práticas semelhantes em outras regionais. É muito importante que os bancários denunciem essas situações por meio do canal de combate ao assédio moral (clique aqui) do Sindicato. O sigilo é total”, acrescenta.

GDP – Segundo Francisco, este tipo de assédio imposto aos bancários para que cumpram metas cada vez mais absurdas é mais uma consequência negativa da GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas).

“Na GDP, o bancário que vende é enquadrado como ‘excelente’ e quem não vende ‘incipiente’. E isso diante de metas absurdas. Há chefias que ameaçam e submetem o trabalhador a situações humilhantes para aumentar cada vez mais a venda de produtos. Uma situação que leva muitos empregados da instituição ao adoecimento”, afirma o dirigente.

O fim da GDP é uma das principais reivindicações da pauta específica dos bancários da Caixa na Campanha Nacional Unificada 2015. Em mesa de negociação, o banco se recusou a encerrar o programa, que já atinge as gerências gerais e médias. “Não desistiremos até que a Caixa negocie uma nova forma de gestão que priorize o empregado, o ser humano, e não apenas e tão somente o aumento da produtividade que é o objetivo da GDP”, destaca Dionísio.  


Redação – 2/10/2015 
 
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