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Gestora do Itaú inferniza bancários

Linha fina
Ameaças, intimidação, sadismo, conduta antiprofissional, humilhações... A lista de desrespeitos praticada pela supervisora é extensa e denúncias são numerosas; Sindicato cobra providência do banco
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São Paulo – “Estamos adoecendo emocionalmente, perdendo qualidade de vida pessoal e profissional.” “Nunca me senti tão mal com um gestor.” Os desabafos de dois bancários do Itaú lotados no Centro Administrativo Brigadeiro revelam a tortura psicológica praticada pela gestora dos setores Unidade de Cadastro, Procon e Bacen; Unidade de Operações Tributárias; e Unidades de Controle Operacional onde trabalham cerca de 60 funcionários. E os numerosos relatos enviados ao Sindicato dão dimensão do sofrimento provocado pela supervisora.

“Só de pensar que tenho de ir trabalhar já me dá tristeza e desânimo. Minha vontade é de não ir, mas preciso sustentar minha família. Sempre tive prazer no meu trabalho, agora tenho que ser falso, ir contra meus princípios para garantir meu emprego. Está cada dia mais insustentável lidar com essa gestão.”

A ameaça e a intimidação são práticas recorrentes, segundo as denúncias. “O clima aqui da equipe está muito pesado e eu percebo que ela usa da intimidação para nos detonar”, afirma um funcionário. “No período que necessitamos avaliá-la na sua performance, ela solicita que ponderemos nossa nota, para que não sejamos prejudicados”, relata outro.

“Montou um grupo de WhatsApp da área, que funciona como mecanismo de assédio aos trabalhadores”, aponta outro. A cobrança do cumprimento de resultados por mensagens via telefone particular do empregado é proibida pela Convenção Coletiva de Trabalho assinada por todos os bancos, inclusive o Itaú. 

Humilhações – O sadismo da gestora também fica evidente. “Ela costuma dizer que tem um caderninho onde anota tudo a nosso respeito (coisas negativas), espera dar o nosso horário de ir embora para pedir atividades extras, quando a carteira está lotada começa a conversar para dispersar nossa atenção.”

“Ela faz um verdadeiro jogo entre os trabalhadores, criando contendas, gerando um clima desagradável na área”, relata um colega. “Ela subestima a inteligência da equipe, alegando que sua qualificação é superior à de todos”, descreve outro.

O atrevimento transcende a rotina de trabalho. “Não podemos postar nada nas redes sociais, principalmente o Facebook, que não seja do seu interesse, pois ela monitora todos os nossos posts e solicita que retiremos o que ela acredita que não seja interessante para a empresa. Aliado a essa situação, cobra que os trabalhadores curtam suas fotos”, conta um subordinando.

As denúncias também revelam a falta de profissionalismo e a certeza da impunidade da gestora. “Não aguento mais, ela favorece descaradamente aos seus favoritos”, afirma um bancário.  “Ela afirma que não sairá tão cedo da empresa, pois a gerente é sua amiga, e que qualquer denúncia contra ela será considerada infundada.”

A greve é um direito dos trabalhadores garantido pela lei e pela Constituição, mas também foi motivo para a gestora desrespeitar seus subordinados. “Estamos sendo obrigados a compensar as horas do período de greve, no entanto ela nos obrigava a ficar escondidos no supermercado para que ninguém do Sindicato visse, e depois saíamos correndo para dentro do banco, ou seja, ficávamos a disposição da empresa, e agora nos obrigam a pagar as horas, e diz que aqueles que não quiserem pagar serão desligados da empresa”, denuncia um funcionário.

O dirigente sindical Antônio Alves, o Toninho, lembra que o Sindicato já denunciou a postura da gestora ao banco, mas nada foi feito. “Diante de todos esses relatos é um absurdo o Itaú negar o sofrimento causado pela gestora. Mas como a impunidade prevaleceu, vamos começar uma série de atividades sindicais em frente ao prédio para denunciar a conduta desrespeitosa da gestora até que o banco tome uma providência”, afirma o dirigente. 


Rodolfo Wrolli – 9/11/2015
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