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Roubos a bancos crescem na capital paulista

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Para movimento sindical, aumento é reflexo da negativa dos bancos em instalar medidas de segurança mais eficazes, revelando descaso com vida de clientes e trabalhadores
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São Paulo – Os roubos a bancos aumentaram na cidade de São Paulo nos primeiros 10 meses de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 73 ocorrências contra 67 em 2014, alta de 8,96%. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Para Carlos Damarindo, secretário Jurídico do Sindicato, o crescimento nessa modalidade de crime atesta que as medidas de segurança adotadas pelos bancos não protegem a vida dos clientes e bancários.

“O movimento sindical cobra há anos a implantação de portas giratórias de segurança com detector de metais, vidros blindados, além da abertura remota das agências para tirar do bancário a responsabilidade e o risco de portar a chave da agência e do cofre. Os bancos, no entanto, se negam, comprovando que a vida de clientes e trabalhadores não é uma preocupação para eles.”

Dados do Dieese revelam que as cinco maiores instituições no país (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) tiveram lucros de R$ 60,3 bilhões em 2014. Por outro lado, investiram apenas R$ 3,7 bilhões em segurança, o que representa 6,1% dos seus lucros.

Além de aplicarem parcela mínima de seus lucros na preservação da vida de clientes e bancários, os bancos desrespeitam sistematicamente a lei federal 7.102/83, que regulamenta a segurança bancária. “A lei tem mais de 30 anos, por isso está defasada em relação à evolução da criminalidade e ainda por cima não pune com eficácia os bancos que a descumprem”, denuncia Carlos Damarindo. “É urgente que o poder público discuta uma atualização na questão”, critica o dirigente.

Os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública na terça-feira 24 também mostram queda de 50% dos roubos a banco em outubro de 2015 em relação a outubro do ano passado. Cinco casos contra 10 ocorrências. No estado também houve queda. Foram registrados 138 casos de janeiro a outubro, contra 142 ocorrências no mesmo período do ano passado, redução de 2,82%. Em outubro deste ano, foram nove casos, contra 21 registros de outubro de 2014, uma queda de 57,14%. 
Na Grande São Paulo, a queda foi 23,81% nos dez primeiros meses: 16 casos contra 21 no mesmo período do ano passado. No interior, a queda foi de 9,26%, 49 ocorrências contra 54 do ano passado.

“Ao contrário do ano passado, em outubro deste ano os bancários encontravam-se em greve e por causa disso centenas de agências permaneceram fechadas durante todo o mês, o que interferiu na queda da modalidade de crime”, explica Damarindo.


Redação – 26/11/2015
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