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Federação dos bancários tem uma nova presidenta

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Pela primeira vez em 26 anos desde a fundação, uma mulher estará à frente da entidade. Para Aline Molina, luta pela manutenção da política de aumento real de salário é uma das principais batalhas para a categoria
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São Paulo – A Fetec-CUT/SP tem agora uma presidenta. Aline Molina é bancária do Itaú e foi eleita por unanimidade durante o 10º Congresso da federação cutista dos bancários, no último fim de semana. A nova direção, que ficará à frente da entidade até 2018, tomou posse na manhã do domingo 29, em Atibaia (SP).

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A Fetec completa 26 anos de fundação em 9 de dezembro e pela primeira vez terá uma mulher na presidência. Com 22 anos de militância, Aline é dirigente do Sindicato e assume o comando da entidade com o desafio de, juntamente com os 14 sindicatos filiados, organizar as lutas no estado de São Paulo, tendo como objetivo defender a classe trabalhadora e avançar na construção de um Brasil justo e igualitário.

Como foi sua trajetória no movimento sindical?
Tenho atuação política desde os 16 anos. Militei no movimento de mulheres e de educação. Sou bancária desde os 18 anos. Comecei a atuar no movimento sindical um ano depois de meu ingresso na categoria. Assumi uma diretoria regional da Fetec/CUT-SP em 2000. Também fui responsável pela diretoria de Imprensa, pela Secretaria Geral e, no último período, ocupei a Secretaria de Administração e Finanças, até ser eleita como a primeira presidenta da entidade.

Quais suas maiores inspirações na luta em defesa dos bancários e dos trabalhadores?
Minha maior inspiração é lutar pela classe trabalhadora e, em específico, pela categoria. Lutar pela manutenção e por novas conquistas de direitos. Tenho uma origem humilde. Fui criada na região de Itaquera, periferia da capital. Sei de todos os problemas que a classe trabalhadora e a população empobrecida enfrentam em seu dia a dia para conseguir sobreviver numa sociedade que tanto as oprime. As pessoas trabalham duro e conseguem vencer os desafios que lhes são impostos. É a força dessa gente sofrida que me dá a maior inspiração.

Como é ser a primeira mulher a presidir a Fetec-CUT/SP?
O desafio é muito grande. Por mais que lutemos, ainda persiste na sociedade uma cultura machista que foi incutida por séculos. As mulheres são fortes e abrem espaço de atuação, de participação, com muita luta. Não tenho a menor dúvida de que também enfrentarei esse desafio à frente da Fetec. Assim como todas as mulheres que, muito antes mim, enfrentam e enfrentaram desafios semelhantes para construir caminhos para a atuação das mulheres na sociedade, também trabalharei com muito empenho, amor, sabedoria e, por que não, com muito afeto, para vencer esses desafios e ultrapassar barreiras, principalmente na questão de gênero e de igualdade de oportunidades.

Acha que o fato de haver duas mulheres presidindo as principais entidades representativas dos bancários em São Paulo é um movimento diretamente relacionado à luta pela igualdade de oportunidades na categoria?
As mulheres ocupam cada vez mais um espaço não só na categoria, mas na sociedade como um todo graças à luta por igualdade de oportunidades. À medida que o debate avança, abrem-se espaços para as mulheres mostrarem sua capacidade. Tenho certeza de que, muito antes de nós, outras mulheres tinham totais condições para conduzir o processo de luta da categoria, mas não tiveram espaço para mostrar do que seriam capazes. Ainda temos muito a avançar. Por exemplo, aproximadamente metade da categoria é composta por homens e a outra metade por mulheres. Mas, uma porcentagem muito menor de mulheres ocupa cargos de chefia e de diretoria em bancos. O salário pago às mulheres é menor do que o dos homens que ocupam os mesmos cargos. Essas são algumas barreiras que ainda teremos de transpor.

Quais seus principais objetivos à frente da Fetec-CUT/SP?
Primeiramente, temos que lutar pela defesa de direitos e por novas conquistas para a categoria. A manutenção da política de aumento real de salário é uma das principais batalhas. Na campanha deste ano já vimos que os banqueiros vão tentar, de todas as formas, derrubar essa nossa conquista. Mas, na atual conjuntura, não podemos nos esquecer da luta pela manutenção da democracia, contra a onda conservadora e pela manutenção dos direitos de toda a sociedade brasileira.


Redação – 30/11/2015
 
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