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Itaú demite trabalhadoras com câncer

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Justificativa do banco é fria e calculista: como não é doença ocupacional, dispensa está dentro da lei
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São Paulo - As demissões no Itaú estão cada vez mais caracterizadas pela falta de sensibilidade humana e requintes de crueldade. O Sindicato tomou conhecimento de duas bancárias que foram dispensadas mesmo realizando tratamento contra o câncer.

A justificativa do banco é fria e calculista: as empregadas não possuíam doença ocupacional e, portanto, as demissões estão dentro da lei.

Representantes das funcionárias cobraram a reintegração, negada pelo RH da empresa. Dirigentes sindicais insistiram ainda para que, ao menos, o banco mantivesse o plano de saúde integral para que ambas pudessem continuar o tratamento, mas houve outra negação.

As trabalhadoras  têm por lei o direito de permanecer com o plano de saúde, mas desde que arquem com o custo integral do convênio, assumindo a parte patronal. Algo que se torna muito difícil agora estão desempregadas.

A toque de caixa - Segundo informações apuradas por dirigentes sindicais, até os procedimentos para as demissões seguiram um rito incomum, dando a entender que a dispensa foi premeditada. As empregadas, por exemplo, tiveram de realizar o exame demissional logo após tomarem conhecimento que não faziam mais parte do quadro de funcionários. O procedimento padrão é que se marque outro dia para realizar o exame.

Ainda segundo apurado pelo Sindicato, o médico do banco não colocou no atestado que as empregadas tinham câncer, mesmo sendo alertado pelas bancárias demitidas.

As bancárias, que não quiseram se identificar, disseram que entrarão com ação na Justiça.

De acordo com a diretora do Sindicato Adriana Magalhães, não é de hoje que a instituição financeira vem tomando atitudes cruéis com relação aos trabalhadores. “Após a fusão com Unibanco, o Itaú passou a adotar práticas jamais vistas, revelando sua face de irresponsabilidade social, principalmente em questões relativas à saúde e ao emprego” afirma.

Orientação – Devido ao aumento de demissões, mesmo de funcionários em tratamento de saúde, o Sindicato orienta o bancário a exigir que conste nos atestados, tanto no exame periódico quanto no demissional, detalhes do tratamento realizado. Qualquer dúvida deve entrar em contato com o Sindicato pelo 3188-5200 ou enviar mensagem pelo [email protected].


Carlos Fernandes - 18/4/2012

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