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Confiança em instituições cai em pesquisa Irbem

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Perspectiva de bem-estar na capital paulista tem piora na avaliação e 68% dos entrevistados declaram que mudariam de cidade se pudessem
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São Paulo – A 7ª edição dos Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), que avalia a gestão municipal e os índices de confiança dos paulistanos nas instituições, revelou que a população da cidade de São Paulo está mais descrente do poder público e do setor privado. Entre 25 instituições, apenas o Ministério Público não teve queda na confiança. No entanto, somente 34% das pessoas entrevistadas dizem confiar no MP. A pesquisa foi encomendada pela Rede Nossa São Paulo e a Federação do Comércio de São Paulo e realizada pelo Ibope.

As instituições mais confiáveis são o Corpo de Bombeiros (85% de confiança) e Correios (80%). No último ano, o percentual era de 90% e 82%. E as três mais mal avaliadas são a prefeitura (queda de 30% para 24% entre a população que confia), o Tribunal de Contas do Município (de 27% para 23%) e a Câmara Municipal (de 21% para 15%).

A Polícia Civil detém a confiança de 38% da população. A Polícia Militar é considerada confiável por 36%. E o Poder Judiciário por 33%.

A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) teve a maior queda de confiança entre as empresas administradas pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), junto com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A queda foi de 62% para 54% e de 56% para 47%, respectivamente. Para 67% dos entrevistados, a Sabesp é a principal responsável pela falta de água. Em 2014, 61% faziam esta avaliação. Mas o percentual de pessoas que relaciona a crise hídrica ao governo Alckmin caiu de 30% para 23%.

A pesquisa foi realizada entres os dias 30 de novembro e 18 de dezembro do ano passado, com 1.512 moradores da capital com idade a partir de 16 anos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O Irbem da capital paulista é realizado todos os anos desde 2008.

Além dos níveis de confiança, a pesquisa avaliou também a satisfação da população paulistana com os serviços e a gestão pública. No caso da qualidade de vida na capital paulista, o índice piorou: os que consideram que a vida melhorou eram 37% em 2014, agora são 23%. E os que avaliam que a vida piorou são agora 36%, ante 13% na pesquisa anterior. Do total, 68% dos entrevistados declararam que mudariam de cidade se pudessem.

Um dos principais motivos para isso é a insegurança. Os que consideram a cidade segura eram 10% em 2014. Hoje são apenas 7%. As principais preocupações dos paulistanos nesse tema continuam sendo a violência em geral, os assaltos e o tráfico de drogas – itens do serviço público de responsabilidade do governo do estado que acabam recaindo na avaliação negativa da cidade.

O levantamento também revelou aumento no número de pessoas que utilizam os serviços públicos de saúde, de 72% para 74% dos entrevistados. E piora no tempo de espera por atendimento na rede de saúde. Para consultas, passou de 56 para 82 dias. Para exames, de 78 para 98 dias. E para procedimentos complexos, de 169 para 186 dias.

A avaliação positiva (ótima ou boa) da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) caiu de 15% para 13%. Já a cotação ruim ou péssima subiu de 40% para 56%. A pior avaliação segue sendo a da Câmara Municipal, que é considerada “ótima” ou “boa” por apenas 5% dos paulistanos, contra 10% na pesquisa anterior. E 71% dos entrevistados a avaliam como “ruim” ou “péssima”.


Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual – 19/1/2016
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