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Crédito para crescer e superar crise

Linha fina
Governo anuncia em reunião do Conselhão linha que tem FGTS por garantia; Sindicato quer prazo limite e juro baixo
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São Paulo – Crédito para superar a crise. Essa foi a principal medida anunciada pelo governo federal na reunião do Conselho Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado Conselhão, no dia 28 de janeiro. Uma dessas medidas trata da utilização da multa rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e até 10% do saldo da conta vinculada como garantia para empréstimos consignados para trabalhadores do setor privado. A expectativa do governo é de gerar R$ 17 bilhões de crédito com essa modalidade.

“A ampliação do crédito trata de trabalho bancário, de grande interesse para a categoria”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, que é uma das 92 pessoas que integram o Conselhão. “O FGTS é para o trabalhador se proteger do desemprego. Por isso, defendemos que se for para usá-lo como garantia para tomada de empréstimos, ainda que seja facultativo, isso só ocorra por um período determinado, de no máximo dois anos, como forma de ajudar o país a superar a crise, fomentar o consumo e gerar empregos.” Outra condição fundamental, segundo Juvandia, é que os bancos baixem significativamente os juros cobrados dos trabalhadores. “Com uma garantia dessas, deve haver redução expressiva das taxas. Os juros do consignado para o setor privado estão na casa dos 3,5% ao mês, muito altos.”

A dirigente sindical também destaca que medidas para impulsionar o crédito de fato são necessárias, já que o saldo de empréstimos no país foi reduzido em termos reais em 2015. “É importante que a pauta do ajuste fiscal seja substituída por uma agenda positiva, que tenha como objetivo o crescimento econômico que permita sustentar o desenvolvimento do país”, reforça.

Outras linhas – Durante a reunião do Conselhão, o governo falou em injeção de R$ 83 bilhões em crédito para revigorar a economia. Além do consignado com garantia do FGTS, foram anunciadas outras linhas.

Para o crédito rural serão destinados R$ 10 bilhões e para o habitacional mais R$ 10 bi. Infraestrutura, com recursos do FI-FGTS, receberá outros R$ 22 bilhões em linhas de crédito. O capital de giro de pequenas empresas terá R$ 5 bilhões, via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que também abrirá uma linha de crédito de R$ 15 bi para investimento em máquinas e equipamentos. Para empresas exportadoras serão liberados R$ 4 bilhões.

> Crédito para o Brasil crescer

Previdência – A presidenta Dilma Rousseff anunciou como tema a ser discutido no Conselhão a necessidade de uma reforma da Previdência, o que desagradou principalmente os representantes dos trabalhadores. Juvandia ressalta que o movimento sindical não admite de forma alguma uma Reforma da Previdência que preveja aumento da idade mínima. “O problema que estamos vivendo hoje não é a Previdência, é a economia, a ausência de crescimento, o desemprego que vem como consequência disso. Essa tem de ser a agenda a ser combatida. A Previdência tem um fórum e todas as questões precisam ser tratadas nesse fórum, e debatidas profundamente com a sociedade, garantindo todos os direitos”, defende a dirigente, lembrando que a Previdência tem uma dívida de mais de R$ 400 bi que precisa ser cobrada.

O Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social reúne-se no dia 17 de fevereiro.

Conselhão – A reunião do dia 28 de janeiro marcou a retomada do CDES após um ano e meio. O fórum, cujo objetivo é debater propostas para fazer o país voltar a crescer, teve renovação de 70% de seus integrantes. São representantes de vários segmentos: trabalhadores, empresários, estudantes, artistas. Além de Juvandia Moreira, também representam os trabalhadores no conselho o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, entre outros. O Conselhão também conta com a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, empresários como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabucco, e artistas como o ator Wagner Moura.

Todos que falaram durante a reunião foram unânimes em dizer que a crise política precisa ser superada, pois está paralisando o Brasil, atrasando a economia e gerando desemprego, e que todos os esforços têm de ser voltados para fazer o país voltar a crescer. “Este é um espaço para a gente construir consensos em torno de medidas que possam nos ajudar a sair da crise e gerar um projeto de desenvolvimento”, disse o presidente da CUT. “É óbvio que temos o Congresso Nacional e o Poder Executivo, mas a sociedade também volta a ter um espaço para dar a sua opinião, também tem responsabilidades. E isso é muito bom”, acrescentou Vagner Freitas.


Redação, com informações da Rede Brasil Atual – 2/2/2016
(Atualizada às 12h16 de 3/2/2016)
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