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Apeoesp: Alckmin fechou 4,3 mil salas desde 2015

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Segundo os professores, somente neste ano, de acordo com apuração ainda parcial, mais de 900 classes já teriam sido fechadas, em 39 regiões, além de denúncias de fechamento de turnos e recusa de matrículas
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São Paulo – O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) apurou que até meados de fevereiro 913 salas de aula da rede estadual foram fechadas neste início de ano letivo, em 39 regiões de São Paulo.

“São quase mil salas de aula fechadas, o que vai implicar aumento do número de alunos em salas, com professores podendo ficar adidos”, disse a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, em entrevista à Rádio Brasil Atual. “Vamos continuar apurando e vamos entrar com um ofício junto ao Ministério Público mostrando que o que foi pactuado não é cumprido.”

Os professores ressaltam, em nota, que em um levantamento parcial de 2015 apuraram ter havido fechamento de outras 3.390 classes, somando 4.303. Esse total “dá a dimensão do enxugamento que o governo vem fazendo, provocando, ao mesmo tempo, a superlotação das salas de aulas, como poderá ser constatado na semana que vem, com o início do ano letivo”, diz o texto. Afirmam, ainda, terem recebido denúncias de fechamento de turnos e recusa de matrículas. Ainda faltam informações de outras 54 regiões.

A entidade defende que se trata de uma “reorganização escolar disfarçada”, já que o projeto oficial do governo de Geraldo Alckmin – que pretendia fechar pelo menos 94 escolas e transferir 311 mil estudantes – foi suspenso pela Justiça duas vezes, a última em janeiro.

Como resposta ao projeto, que não foi debatido com a comunidade escolar, os alunos ocuparam escolas da rede estadual. No auge do movimento, em 2 de dezembro, os estudantes chegaram a ocupar 213 unidades escolares. Após 25 dias de intensa mobilização, o governador veio a público suspender o projeto. Em seguida, o então secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, pediu demissão.

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Em 9 de janeiro, a Secretaria Estadual de Educação publicou uma resolução em que permite o aumento do número de alunos por sala de aula, chegando até 44 alunos no ensino médio. Para a Apeoesp, esse número deveria chegar no máximo a 25.

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A Secretaria da Educação defende que a demanda na rede estadual caiu nos últimos anos e que das 6 milhões de vagas disponíveis, apenas 3,8 milhões estão ocupadas. O órgão não confirmou o fechamento de salas de aula à Rádio Brasil Atual e disse que as matrículas são feitas pelas escolas, segundo a demanda.

Neste mês, A Apeoesp reuniu-se pela primeira vez com o novo secretário, José Renato Nalini, quando apresentou as demandas da categoria. “Não vimos nenhuma perspectiva de reajuste. Ele disse que temos que entender porque estamos em crise. Ora, por que então quando o país crescia 7,5% também não foi repassado para os nossos salários? Não vamos sustentar mais um ano sem reajuste”, disse Bebel.

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Rede Brasil Atual, com edição da Redação - 12/2/2016

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