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Terceirização no Santander ilustra precarização

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Situação dos prestadores de serviço é exemplo da deterioração das relações de trabalho ocasionada por esta modalidade de contratação; PL quer ampliar essa realidade para todos os trabalhadores
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São Paulo – Uma das maiores lutas do Sindicato em defesa da categoria bancária é o combate à terceirização. Isso porque a entidade conhece a precarização das relações de trabalho causada por esta modalidade de contratação. No Santander, por exemplo, terceirizados estão enfrentando graves problemas que afetam a saúde e remuneração.

No Casa 3, funcionários de limpeza da empresa 5 Estrelas, quando são atendidos no posto médico do local e dispensados, ficam obrigados a procurar o SUS, uma vez que a empresa não aceita atestados do médico do banco. Além disso, quando utilizam o dia para buscar atendimento na rede pública, têm o período e todos os benefícios descontados dos vencimentos.

“Desta forma, trabalham doentes com o atestado do médico do banco em mãos, uma vez que serão injustamente punidos ao se ausentarem para procurar um profissional do SUS”, conta o dirigente sindical e funcionário do Santander Cássio Murakami.

> Terceirização é sinônimo de descaso no Santander

Segundo o também dirigente sindical Alexandre Caso, outro problema enfrentado por terceirizados no Casa 3, desta vez das empresas Sodexo e GRSA Empresa de Alimentação, é o desconto de dias em que a concentração não funcionou. “Temos denúncias de que a Sodexo descontará a segunda-feira que antecedeu a terça de carnaval, quando o Casa 3 não abriu, e também duas horas referentes à quarta-feira de cinzas, quando funcionou por meio período. Já a GRSA irá descontar os dois dias.”

Bráulio Gomes – Além do Casa 3, o complexo administrativo Bráulio Gomes é outro dos locais onde terceirizados sofrem com condições precárias. De acordo com o dirigente sindical e funcionário do Santander André Camorosano, após a transferência da quase totalidade dos bancários, as condições dos prestadores de serviço piorou significativamente.

“Após a saída dos bancários, transferidos para o Vila e Casa 1, o banco não aluga mais o andar do edifício onde ficavam o refeitório e ambulatório. Com isso, cerca de 300 terceirizados possuem apenas uma sala, onde cabem cinco pessoas, para as refeições. É importante lembrar que, como o VR destes trabalhadores é muito baixo, todos trazem comida de casa. As pessoas estão comendo em pé, nas escadas, nos corredores. Um descaso total”, critica Camorosano.

“O banco, como empresa contratante, é corresponsável por esses trabalhadores. É inadmissível que o Santander simplesmente feche os olhos para seus direitos. Como responsável pela contratação das empresas, precisa tomar medidas urgentes para evitar esses absurdos”, enfatiza a diretora executiva do Sindicato e bancária do Santander, Maria Rosani.

PL da Terceirização – A dura realidade dos terceirizados pode ser ampliada para todos os trabalhadores caso o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, conhecido como PL da Terceirização, seja aprovado e entre em vigor. Sob a alegação de regulamentar a terceirização no país, o projeto legaliza a fraude e a precarização do emprego, com redução de salários, retirada de direitos e aumento da jornada. Isso porque permitirá às empresas terceirizarem até mesmo suas atividades-fim, aquelas que caracterizam seu objetivo principal, seu empreendimento.

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Felipe Rousselet – 12/4/2016
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