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Fenaban faz pesquisa de saúde à revelia da categoria

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Medida desrespeita mesa de negociação que trata de condições de trabalho; Sindicato cobra suspensão
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São Paulo – O Sindicato está cobrando que a federação dos bancos (Fenaban) suspenda a pesquisa Saúde e Bem Estar realizada com funcionários de diversas instituições financeiras. A reivindicação foi formalizada em documento enviado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) na segunda 11, ainda sem resposta.

Dionísio Reis, secretário de Saúde do Sindicato, é enfático ao afirmar que a pesquisa unilateral afronta a mesa de negociação sobre o assunto. “É verdadeiro abuso contra os trabalhadores pois, necessariamente, antes de ser aplicada, a consulta teria de ser discutida com os dirigentes sindicais que têm contato diário com o duro cotidiano dos bancários em agências e departamentos”, explica. “Além disso, a própria Fenaban já reconheceu que o adoecimento na categoria é proveniente do processo de gestão. Isso significa dizer que o empregado adoece devido às metas abusivas, assédio moral, desrespeito à jornada de trabalho e outros abusos.”

Na avaliação do dirigente sindical o intuito dos bancos não é detectar as causas de adoecimento como apregoam mas, sim, camuflá-las. “Não aborda, por exemplo, o assédio moral e as metas abusivas. Fatores corriqueiramente apontados pelos trabalhadores como causa de seus transtornos físicos e emocionais.”

A pesquisa - Conforme apuração de representantes dos bancários, a Fenaban contratou uma empresa para apurar quais são os fatores de estresse no trabalho. Para isso, foi enviado questionário a funcionários de vários bancos que tiveram de responder a perguntas do tipo: Assusta-se com facilidade? É incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida? Perguntas que, na avaliação de Dionísio, passam longe da realidade da categoria.

“Queremos discutir seriamente a saúde e as condições de trabalho nas instituições financeiras. E atitudes dessas, que em nada contribuem para esse debate, apenas comprometem todo o processo de negociação. Por isso queremos a suspensão da pesquisa e que a Fenaban agende reunião”, acrescenta Dionísio.


Jair Rosa – 12/4/2016
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