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Ameaças aos empregados e ao país em debate

Linha fina
Delegados sindicais da Caixa e dirigentes se reúnem para discutir quais as intenções por trás do golpe de Estado, estatuto das estatais, falta de condições de trabalho; e apresentam propostas para intensificar a mobilização
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São Paulo – A atual situação política do país não ficou de fora da reunião de delegados sindicais da Caixa. No encontro, foram debatidas as reais intenções de um eventual governo de Michel Temer. Também foram abordadas a negociação entre representantes dos trabalhadores e a direção do banco, ocorrida no dia 14, os problemas dos locais de trabalho, e a luta contra o Estatuto das Estatais (antigo PLS 555, renomeado para PL 4.918/2016).

Durante a reunião, ocorrida nesta terça-feira 19, na sede do Sindicato, técnicos do Dieese fizeram uma apresentação sobre as intenções de um governo liderado por Michel Temer. Para isso, basearam-se no documento divulgado pelo PMDB, intitulado "Uma Ponte para o Futuro", que contém as premissas a serem seguidas no caso de o golpe se consumar: atacar direitos trabalhistas, programas sociais, empresas estatais e aposentadorias.

> Ponte para o... fim dos direitos trabalhistas

A ameaça representada pelo PLS 555 foi outro tema da reunião. Conhecido como Estatuto das Estatais, foi aprovado no Senado e já tem nova nomenclatura na Câmara dos Deputados, onde também será apreciado: PL 4918/2016. Duramente combatido pelos movimentos sociais e sindical por abrir portas à privatização das empresas públicas, passou pelo Senado com importantes alterações.

Na reunião com os delegados sindicais, foi discutida a mobilização travada pelos comitês contra o projeto, o que foi fundamental para que o texto sofresse as mudanças durante a votação no Senado.

Entre as principais mudanças estão a retirada da obrigatoriedade de as empresas públicas (federais, estaduais e municipais) se tornarem sociedades anônimas; o fim da exigência de as empresas não terem mais ações preferenciais e a aprovação de que o Estatuto das Estatais só será obrigatório para as empresas que tenham mais de R$ 90 milhões de receita operacional bruta, o que deixa de fora a maioria das estatais, com menor porte. “Tiramos leite de pedra”, avalia a dirigente, lembrando que as conquistas foram fruto de uma mobilização histórica, iniciada em meados de 2015 e que se estendeu por todo o Brasil.

Negociação – Os resultados da negociação ocorrida com a direção da Caixa foi outro ponto debatido. “A mobilização dos bancários foi essencial para os avanços obtidos na mesa de negociação”, afirma o diretor do Sindicato Sérgio Anaz.

> Mobilização arranca respostas da direção da Caixa
> Não vai ter golpe na Caixa!

“Mas muitas das nossas demandas ainda carecem de respostas, por isso a pressão dos empregados tem que não só continuar, como aumentar se quisermos a reversão dessa reestruturação em curso, por exemplo”, acrescenta o dirigente.

Condições de trabalho – Os delegados sindicais relataram os problemas relacionados às condições de trabalho. Falta de infraestrutura nas agências, assédio moral em áreas meio e em agências e marcação negativa no ponto eletrônico foram alguns dos casos elencados. As demandas foram encaminhadas aos dirigentes do Sindicato, que cobrarão respostas da direção da Caixa.

Com o objetivo de barrar as ameaças aos trabalhadores representadas pelo golpe de estado em curso e a aprovação do estatuto das estatais, os delegados sindicais propuseram a realização de assembleias, antecipação dos congressos da Caixa, e a deflagração de uma greve nacional envolvendo todas as centrais sindicais.


Rodolfo Wrolli – 20/4/2016
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