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Itaú ‘inova’ e cria agência bancária sem dinheiro

Linha fina
Banco transforma unidades em postos de atendimento que deixam de aceitar transações em dinheiro, dificultando vida de clientes e funcionários
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São Paulo – O Itaú voltou a ‘inovar’ ao criar agências que não aceitam dinheiro nas transações bancárias, obrigando a fazê-las por meio de cartão magnético. O novo modelo está gerando transtornos. Bancários relataram ao Sindicato que os clientes não se conformam de não poder realizar transações com dinheiro na agência que possui caixa para atendimento.

“Em algumas unidades, os usuários se irritam por não entender a lógica do banco e partem para agressão verbal, como se os funcionários tivessem culpa”, lamenta a dirigente sindical e funcionária do Itaú Valeska Pincovai.

O Itaú é campeão em lançar novos modelos de atendimento bancário sem dialogar com clientes e bancários, as pessoas afetadas diretamente pelos ‘projetos inovadores’. Começou com as agências de negócios, sem vigilantes e que não deram certo por causa da falta de segurança. Depois, com as agências digitais, o Digitaú, que são um verdadeiro caos tanto para os correntistas para como os empregados do banco.

Questionado, o Itaú informou que está autorizado pelo Banco Central (BC) a operar sem dinheiro, alegando que esses locais não são agências, mas postos de atendimento bancário (PA) e não precisam trabalhar com transações financeiras, conforme normas do BC. O Itaú afirma, ainda, que as informações sobre o modelo de atendimento estão disponíveis na porta do PA.

“Até alguns dias eram agências, agora não são mais e a justificativa para o modelo é para não fechá-las, porque não estão dando o retorno esperado. É um absurdo isso, como não podemos utilizar dinheiro em um banco?”, pergunta Valeska.

A dirigente questiona, ainda, se o Itaú realizou estudos nos locais onde o modelo foi implantado para averiguar seu impacto sobre os clientes, mas, aparentemente, o projeto tem como única meta o lucro. “Para nós do Sindicato, o modelo é de agência e tem de funcionar como tal, com caixas, gerentes, auxiliares e principalmente atendimento ao público, porque banco é concessão pública e deve respeitar a população. O Itaú tem de verdadeiramente cumprir o seu papel social”, finaliza a dirigente.


William De Lucca – 25/4/2016
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