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Demissões no Bradesco levantam suspeitas

Linha fina
Número segue elevado desde fevereiro, mesmo após seguidas garantias do banco de que não haveria dispensa em massa causada pela aquisição do HSBC; Sindicato não vai ficar parado, afirma dirigente
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São Paulo – O Bradesco garantiu diversas vezes ao movimento sindical que não haveria processo de demissão em massa ocasionado pela compra do HSBC. Mesmo assim, o Sindicato vem observando aumento do número de desligamentos desde fevereiro, tanto nas agências quanto na Cidade de Deus, matriz do banco.

“Nosso temor está se confirmando, tem Gerência Regional que dispensou 12 pessoas em uma semana, e isso não é um volume normal de demissões”, afirma Erica de Oliveira, dirigente sindical. “O Sindicato não vai ficar parado vendo o número de cortes aumentar. E os bancários devem ser solidários e nos avisar: aconteceu demissão na sua agência, informe”, orienta Erica.

Para entrar em contato com o Sindicato ligue 3188-5200 ou clique aqui (escolha o setor "site"). O sigilo é absoluto.

Promessas – O festival de promessas do Bradesco começou em agosto do ano passado. Em reunião com representantes dos trabalhadores, o banco informou que não faria cortes, sob a justificativa de que precisaria continuar operando e dando lucro. Também havia se comprometido a manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores.

> HSBC e Bradesco afirmam: sem demissão em massa   

Entretanto, o número de demissões aumentou a partir de fevereiro deste ano. No fim de março o Sindicato reuniu-se novamente com o Bradesco para cobrar explicações.  

Os representantes do banco alegaram que desde que a compra do HSBC foi anunciada, tornou-se uma central de boatos e afirmaram não existir qualquer “saneamento”, reestruturação ou meta de cortes.

O Bradesco atribuiu o volume elevado de cortes à grande quantidade de bancários que se aposentaram, outros que se desligaram para estudar fora do país, e uma pequena parte relacionada com desempenho insatisfatório.

> Bradesco responde sobre demissões em Osasco

“O fato é que o numero de demissões aumentou nas agências e continua elevado na Cidade de Deus, o que nos leva a concluir que o banco não está cumprindo com o que se comprometeu”, afirma Erica. “Para piorar, não está repondo, os departamentos estão estrangulados e nas agências não tem mais onde cortar. Estão todos bastante assustados e o Sindicato não vai ficar parado”, reforça Erica.

Lucro bilionário – O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Apesar do resultado, foram extintos 1.466 empregos em relação a dezembro de 2015, e em 12 meses (de março de 2015 a março de 2016) foram 3.581 vagas a menos no segundo maior banco privado do país.

Os cortes tornam-se ainda mais absurdos quando se leva em conta que apenas com a receita de prestação de serviços e tarifas o Bradesco cobre 137,1% de suas despesas de pessoal. Essa relação é 1,1 p.p. maior que a do primeiro trimestre de 2015, quando era de 136%.


Rodolfo Wrolli – 4/5/2016
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