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Para banco, BB Digital não prejudica funcionário

Linha fina
Projeto foi tema de negociação com dirigentes sindicais que criticaram forma unilateral como modelo foi implantado e cobraram medidas de segurança para trabalhadores
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São Paulo – Após cobrança da Comissão de Empresa dos Funcionários, a direção do Banco do Brasil deu uma série de explicações sobre o projeto BB Digital que vem sendo implantado em vários estados. A negociação ocorreu na quinta 5.

O representante da Direc (Diretoria de Clientes) explicou que o projeto digital envolve não apenas as agências, já há escritórios digitais em cinco cidades – Joinville, Brasília, Curitiba, Ribeirão Preto e Campinas – e previsão para expandir a outras cidades. Entretanto, segundo a Direc, o processo se dará de forma clara e sem pressa, com ampla divulgação nas novas praças e com negociação local com os sindicatos.

“Enfatizamos que nossa preocupação não é somente com esses escritórios, mas todo o modelo: as unidades convencionais perdem bancários para as agências digitais”, afirma o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa, João Fukunaga. “Esse fato, atrelado à diminuição de funcionários provocada principalmente pelo Plano de Apoio a Aposentadoria (PAI), leva a mais sobrecarga de trabalho.”

Também foi denunciado pelos sindicalistas o aumento da cobrança de metas tanto no BB Digital quanto nas unidades onde houve redução de carteiras e de trabalhadores. E a redução de cargos comissionados nas agências convencionais, criando receio entre gerentes negociais e de relacionamento de ficarem sem função. “A migração do cliente com perfil Estilo e Empresas para o BB Digital prejudicou muito o trabalho dessas pessoas”, afirma o dirigente.

Os representantes do BB afirmaram que não está prevista perda de função, que não haverá fechamento de agências convencionais e nem redução de postos de trabalho.

Assédio moral – Os dirigentes sindicais criticaram a forma unilateral como o modelo vem sendo implantado, causando desencontro de informações e a criação de ambiente favorável a gestores praticarem o assédio moral.

A direção do BB informou que vai apurar as denúncias de assédio e orientar os gestores para que mudem o comportamento.

Mais segurança – A comissão de empresa foi informada de que o banco está cumprindo o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e compromissos firmados em negociações. Assim, o BB está garantindo os mecanismos de segurança aos funcionários das agências e escritórios digitais, como vigilância até 22h e o funcionamento dessas células noturnas perto de estações do metrô.

A instituição apresentou ainda medidas tomadas para proteger os funcionários desses locais de ações judiciais de clientes – como e-mail com protocolo de recebimento e mensagens (tanto para o cliente como o bancário) com validação dos contratos firmados. E para evitar a extrapolação da jornada de trabalho, os chats para bate-papo estarão vinculados ao ponto eletrônico do bancário.

CABB – O trabalho no BB Digital irá impactar também na CABB (Central de Atendimento), uma vez que haverá alteração no horário de trabalho dessas concentrações. “Reivindicamos que houvesse um prazo maior para essas alterações. Os trabalhadores das centrais têm a vida vinculada à jornada, como cursos em faculdade”, diz João Fukunaga.

O negociador da instituição financeira ficou de analisar a reivindicação.

Mesa temática – Também foi afirmado pelos interlocutores da instituição que os avanços na mesa de ascensão profissional servirão de modelo nos futuros processos seletivos do BB Digital.

“Não podemos nos iludir e acreditar que somente uma negociação agora sirva como garantia em longo prazo. Verificamos uma mudança drástica nas operações bancárias e ampliação do modelo digital em outras instituições. Esse serviço vem diminuindo postos de trabalhos em bancos privados e transferindo muitas tarefas para empresas terceirizadas”, alerta João Fukubnaga. “Se as pautas bomba no Congresso passarem – como a que permite a terceirização de todas as etapas de produção – os bancos públicos e seus funcionários também serão atingidos.”


Jair Rosa – 6/5/2016
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