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Ato no dia 10 para reagir contra ataque a direitos

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Protesto é nacional e bancários definirão participação em assembleias a serem realizadas nos locais de trabalho. Primeiros dias do 'governo' do interino Temer confirmam que golpe foi contra os trabalhadores
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São Paulo - Em pouco mais de duas semanas de Michel Temer à frente da Presidência da República está confirmado que o golpe contra a democracia foi principalmente um golpe contra os trabalhadores. O “ministro” do Trabalho, Ronaldo Nogueira, deve apresentar em 90 dias uma proposta de revisão das leis trabalhistas e defende que o trabalhador ajude a definir até que ponto pode fazer sacrifícios.

“Esse ‘governo’ não prevê uma medida sequer que afete os ricos. Só o trabalhador vai pagar a conta. Eles falam em reforma da Previdência com aposentadoria mais tardia, terceirização ilimitada, flexibilização de direitos previstos na CLT. Propõem toda essa contenção de gastos para pagar juros da dívida pública e quem ganha com isso são os rentistas de sempre: banqueiros”, critica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Não vamos ficar assistindo esse desmonte do Estado, essa retirada de direitos. Vamos à luta.”

Pare no dia 10 – A reação será nas ruas. As frentes Brasil Popular e Povo sem Medo (que reúnem entidades dos movimentos sindical e social) estão convocando um dia nacional de mobilização para 10 de junho. Haverá ato a partir das 17h na Paulista.

O Sindicato fará assembleias nos locais de trabalho para que os bancários manifestem sua vontade: vamos paralisar os locais de trabalho em defesa dos nossos direitos no dia 10?

“Queremos debater com os trabalhadores o tamanho do enfrentamento que temos de fazer neste próximo período”, explica Juvandia. “Nossa campanha salarial começa em poucos meses, já temos demissões na categoria e os bancários sabem: a mobilização é nossa única saída. Precisamos ser capazes de reagir a todo esse retrocesso que está sendo imposto por um projeto que foi rejeitado nas urnas. Não há um país que tenha avançado com esse modelo neoliberal, que acaba com o Estado e os direitos. Os trabalhadores na França estão em pé de guerra na defesa de seus direitos e aqui não será diferente.”

Aposentadoria só aos 65 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defende aumento do tempo de contribuição e idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem.

Privatização - No discurso de posse, Temer anunciou que pretende privatizar “tudo o que for possível”.

Terceirização e desemprego - O comando do Banco Central está com o ex-economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, que já declarou ser favorável ao aumento do desemprego e à redução do salário mínimo para combater a inflação, além de defender a terceirização.

Mais desigualdade social - O “governo” Temer revogou a construção de 11.250 casas do programa Minha Casa Minha Vida; cortou 10% do Bolsa Família o que pode deixar 10 milhões de famílias desassistidas: suspendeu novas vagas para o Fies, Prouni e Pronatec; quer destinar menos recursos para Saúde e Educação com a privatização do pré-sal.

BNDES para rentistas - As medidas anunciadas por Temer preveem a retirada de mais de R$ 100 bi do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para pagar o Tesouro. Dinheiro que deveria ser investido no crescimento das empresas e do país, e consequente criação de empregos, indo direto para quem aplica dinheiro e ganha com a alta taxa de juro.


Cláudia Motta - 31/5/2016
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