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América Latina em defesa dos bancos públicos

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Em encontro promovido pela UNI Américas Finanças, dirigentes bancários de diversos países assumem compromisso de luta pela manutenção da função social dessas instituições. Estado desenvolvimentista e voltado aos interesses coletivos também está na pauta
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São Paulo - Pelo terceiro ano consecutivo, dirigentes sindicais bancários de países da América Latina reuniram-se em prol da defesa dos bancos públicos. O encontro realizado nos dias 26 e 27, em Buenos Aires, na Argentina, teve um toque de urgência diante do avanço do neoliberalismo no continente e as ameaças de privatização dessas instituições.

Assim, no primeiro dia de debates, domingo, o foco esteve na importância desses bancos para toda a sociedade e também sobre os riscos representados aos trabalhadores pelos acordos TPP (Transpacífico) e Tisa (Tratado Internacional sobre Comércios de Serviços).  

“Estamos atentos às ameaças impostas por esse tipo de acordos que podem tornar reféns os países menos poderosos e nossa resistência a isso. O Brasil não é signatário, mas diante das mudanças impostas pela conjuntura política, devemos estar atentos”, afirma Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial (foto abaixo). “Discutimos aqui justamente a importância que os bancos públicos têm tanto para o crescimento econômico como para o desenvolvimento social de toda a América Latina. A UNI América Finanças está junto nessa luta em defesa dos bancos públicos e como promotora dessa aliança que busca o reconhecimento ao papel fundamental dessas instituições.”

Manifesto – Deste 3º Encontro da Aliança Latinoamericana em Defesa dos Bancos Públicos saiu um manifesto em que Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia e Costa Rica – além de Espanha e Tunísia – se comprometeram com a luta em defesa das instituições públicas brasileiras, como BB e Caixa, e com a discussão do papel do Estado, com governos desenvolvimentistas e voltados ao interesse coletivo.

> Leia a íntegra do manifesto

Dionísio Reis, bancário da Caixa e diretor executivo do Sindicato, reforça que a Caixa Federal é um símbolo para a América latina e para o mundo. “Um banco de varejo estratégico para a independência do país dos fluxos estrangeiros de capital”, salientou, em Buenos Aires. “E para continuar assim precisa ser 100% pública. Daí a importância da forte mobilização e de podermos contar, além dos empregados da Caixa, dos bancários e do povo brasileiro, com a solidariedade dessa Aliança Latinoamericana.”

O Sindicato foi representando no encontro, ainda, por Renato Perez, da Caixa Federal, João Fukunaga e Claudio Luis de Souza, do Banco do Brasil.

Campanha encampada – Entre os 18 delegados brasileiros estão também por Roberto Von der Osten, presidente da Contraf-CUT, Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae, e a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, Maria Rita Serrano. Ela falou sobre a experiência do Comitê e a campanha “Se é público, é para todos”, lançada no último 6 de junho no Rio de Janeiro com grande repercussão no País. “A UNI vai incorporar nossa campanha na agenda. É importante para denunciar o momento que vivemos no Brasil e, também, para somar esforços.”


Cláudia Motta – 27/6/2016
 
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