Pular para o conteúdo principal

Superintendência do Santander inferniza bancários

Linha fina
Postura leva a cadeia de cobranças e pressões constantes, onde o de cima assedia o de baixo; trabalhadores procuram Sindicato com relatos de adoecimento físico e crises nervosas
Imagem Destaque
São Paulo – A Superintendência de Rede SP Capital do Santander, que coordena 14 regionais e pelo menos 2 mil agências, tem transformado o cotidiano de milhares de bancários em um verdadeiro inferno. A cobrança abusiva promovida pelo superintendente Marcelo Malanga cria uma cadeia de assédio moral no banco, que passa por gerentes regionais, gerentes gerais, gerentes administrativos até chegar aos gerentes de relacionamento, diretamente responsáveis pela venda de produtos e o último degrau nessa ‘escadinha’ de desrespeitos.

“A Superintendência determina a cobrança de 200% da meta no meio do mês. E a pressão aumentou muito por conta da campanha Seguros GP da Bélgica, que pretende aumentar a venda de seguros entre os clientes com prêmios de viagens”, relata a diretora do Sindicato Lucimara Malaquias, destacando que não concorrem às viagens os bancários diretamente responsáveis pelas vendas. “O GP da Bélgica é só para os gerentes hierarquicamente superiores. Para quem vendeu o produto, o prêmio é um jantar com o Malanga”, informa.

“Já deixamos claro para o Santander na mesa de negociação que não aceitaremos mudanças das regras das metas no meio do caminho. O banco tem de rever esta questão. Os trabalhadores não podem ficar à mercê da ganância e dos desmandos da instituição financeira”, acrescenta Maria Rosani, diretora executiva do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados.

Adoecimentos – A dirigente lembra que, além do seguro, que é alvo da campanha, os bancários têm outros 380 tipos de produtos para vender, com suas respectivas metas. “Ou seja, ele tem de se desdobrar para alcançar a meta do seguro e dar conta das demais. O resultado dessa insanidade é uma quantidade enorme de adoecidos, tendo surto de pressão alta, tremedeiras, insônia, tomando remédios controlados. Alguns chegam a chorar quando relatam pra gente o que estão passando”, conta Lucimara.

O Sindicato vai cobrar que o Santander tome as medidas necessárias para acabar com essa escalada de assédio moral. “Não vamos ficar parados diante dessa situação insustentável”, avisa a dirigente.


Andréa Ponte Souza - 6/7/2016
seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1