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Sindicato não reconhece Cipas de agências digitais

Linha fina
Itaú convocou eleições em sete unidades onde nega acesso de dirigentes; processo não tem legitimidade sem participação de representantes dos trabalhadores
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São Paulo – O Itaú anunciou que haverá eleições para Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) em sete agências digitais localizadas na capital paulista, nos dias 8 e 9 de agosto. O Sindicato não reconhece esses pleitos porque não contaram com a participação da entidade, já que o banco não permite o acesso de dirigentes nesses locais.

“Reivindicamos o direito de visitar essas agências desde o final de 2015, mas o banco até agora não nos deu nenhuma resposta positiva e continua incorrendo em uma prática claramente antissindical”, critica a diretora do Sindicato e funcionária do Itaú Valeska Pincovai. “Assim, não reconhecemos eleições para Cipa em que não há participação de representantes dos trabalhadores.”

O secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Carlos Damarindo, destaca que a Cipa é fundamental na promoção de um ambiente seguro e na luta por melhores condições de trabalho. “A Cipa é um instrumento previsto na NR 5 [Norma Regulamentadora 5, do Ministério do Trabalho] que tem como objetivo prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Para isso, ela é composta por indicados pela empresa e por funcionários, que são eleitos pelos demais empregados. Mas é imprescindível que haja participação do movimento sindical nesse processo. Como construir candidaturas de fato comprometidas com os interesses dos bancários se a entidade que representa a categoria é alijada da eleição?”, questiona.

O secretário, que também é funcionário do Itaú, informa que o Sindicato está estudando as medidas cabíveis a serem tomadas. “O banco nos comunicou que foi autuado a instaurar as Cipas nesses locais, mas não informou por qual órgão. De fato ele é obrigado a estabelecer essas comissões, só que não aceitamos que isso seja feito sem a participação do movimento sindical”, reforça.

Votação eletrônica – Outro problema, segundo Valeska Pincovai, é que as eleições para Cipas no Itaú têm sido feitas de forma eletrônica, o que dificulta o controle de votos pelos trabalhadores. “A votação eletrônica fica sob controle do banco. Queremos que o voto seja por cédulas, para que possamos averiguar e legitimar o processo”, explica a dirigente.

Valeska destaca que o Sindicato continuará lutando pelo acesso às agências digitais, que funcionam das 7h às 23h59, em quatro turnos de trabalho. “Queremos conhecer esses locais e os bancários dessas unidades. Temos inclusive denúncias de assédio moral e de exposição de rankings de performance, que são proibidos pela nossa CCT [Convenção Coletiva de Trabalho]. Outra denúncia que chegou até nós é de que esses trabalhadores estariam realizando jornadas de 8 horas de atendimento por telefone, o que é proibido pela NR 17.” A Norma Regulamentadora 17 estabelece jornada máxima de seis horas para quem trabalha com autoatendimento.

“Por que o banco impede nosso acesso? Está escondendo o quê? Temos de saber se essas denúncias procedem. E se não procedem, o Itaú deveria ser o mais interessado em nos abrir as portas desses locais”, argumenta Valeska.

Os bancários das agências digitais devem denunciar qualquer problema ao Sindicato, por meio do Fale Conosco (clique aqui e escolha o setor “Site”), pelo 3188-5200 ou pelo canal Assuma o Controle.


Andréa Ponte Souza – 13/7/2016
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