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Bradesco lucra R$ 8 bi e fecha 3,4 mil vagas no ano

Linha fina
Tarifas e serviços cobrados de clientes tiveram alta de 8,5%, somando R$ 9,9 bilhões, e cobrem 137% do total das despesas de pessoal
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São Paulo – O Bradesco apresentou lucro líquido ajustado de R$ 8,274 bilhões no primeiro semestre de 2016, redução de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o resultado chegou a R$ 8,778 bilhões.  A redução se deve, principalmente, ao aumento da despesa com provisão para devedores duvidosos (PDD): cresceu 32% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2015, atingindo o patamar de R$ 10,5 bilhões.  Clientes corporativos são a principal causa do crescimento. Apenas uma empresa foi responsável pelo provisionamento de R$ 1,201 bilhões. O índice de inadimplência superior a 90 dias encerrou junho de 2016 em 4,6% (3,7% em junho de 2015).

“Apesar do crescimento menor em relação ao mesmo período do ano anterior, o lucro continua muito expressivo e o banco tem todas as condições de atender às demandas dos trabalhadores que estão em mesa de negociação, principalmente o compromisso com o emprego e mais contratações”, cobra Neiva Ribeiro, diretora executiva do Sindicato e bancária do Bradesco.

Mesmo atingindo lucro vultoso, o Bradesco cortou 4.478 postos de trabalho em 12 meses (junho de 2015 a junho de 2016) e 3.437 postos apenas nos primeiros seis meses de 2016, sendo 1.971 nos últimos três meses. Atualmente conta com 89.424 funcionários.

As receitas de tarifas e prestação de serviços tiveram alta de 8,5% e chegaram a R$ 9,969 bilhões. Apenas com essa receita, o banco cobre 137% do total das despesas de pessoal.

Menos agências e empregados – A alta não se traduziu em melhor atendimento aos clientes, pois além de cortar milhares de postos de trabalho, o Bradesco ainda fechou 145 agências, sendo 26 apenas nos últimos três meses. Atualmente, o banco conta com 4.483 agências bancárias.

A carteira de crédito expandida, em junho de 2016, atingiu R$ 447,492 bilhões, com redução de 3,4% em relação ao saldo de junho de 2015. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 148,919 bilhões (crescimento de 3,8% em relação a junho de 2015), enquanto as operações com pessoas jurídicas atingiram R$ 298,573 bilhões (redução de 6,7% em relação a junho de 2015).

Quanto à origem do lucro, é composto por R$ 5,730 bilhões provenientes das atividades financeiras, correspondendo a 69,3% do total, e por R$ 2,544 bilhões gerados pelas atividades de seguros, previdência e capitalização, representando 30,7% do total.

Os ativos totais, em junho de 2016, registraram saldo de R$ 1,105 trilhão, crescimento de 7,3% em relação ao saldo de junho de 2015.

“Os números mostram que apesar da crise econômica e seus impactos negativos para os trabalhadores e para a sociedade, os bancos são o setor que segue apresentando resultados extraordinários em qualquer cenário econômico, independente de crises nacionais ou mundiais. O lucro do Bradesco reforça isso”, critica Neiva Ribeiro.


Rodolfo Wrolli – 28/7/2016 
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