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Após ato, Santander freia demissões no Vila

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Paralisação no call center, no dia 22 de julho, foi encerrada após compromisso do banco de não demitir até reunião com representação dos trabalhadores; ainda assim, dois bancários foram dispensados
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São Paulo – Uma paralisação realizada no Vila Santander, no dia 22 de julho contra o aumento das demissões na concentração do banco espanhol, foi encerrada após a instituição assumir o compromisso de não demitir trabalhadores do local até reunião com o Sindicato, que seria realizada em  26 de julho. Porém, apesar de frear o ritmo de demissões, dirigentes verificaram que o banco não cumpriu o acordado. Gestores do NPF Fraude e do Conta Corrente PF demitiram trabalhadores antes de qualquer contato do Santander com a representação dos bancários.

“A paralisação foi encerrada mais cedo, por volta das 10h, com o compromisso assumido pelo banco de não demitir até explicar o aumento das demissões no Vila, o que aconteceria em reunião no dia 26 de julho. Constatamos que ainda assim tivemos duas demissões: uma no NPF Fraude e outra no Conta Corrente PF”, critica o dirigente sindical e funcionário do Santander André Bezerra.

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Justificativas – Em contato com o Sindicato, o banco alegou que não possui programa de cortes e que as demissões no Vila Santander foram motivadas pelos funcionários não terem o “perfil” desejado para o atendimento Elite, para o qual seriam realocados.

“Antes de tudo, é inadmissível que um banco com lucro de R$ 3,466 bilhões nos primeiros seis meses do ano, crescimento de 4,8% em 12 meses e de 8,8% do primeiro para o segundo trimestre, demita trabalhadores desta forma. Nas semanas que antecederam a paralisação, denúncias davam conta de que, em média, ocorriam duas a três demissões diárias no Vila”, avalia o dirigente. “Se o aumento dos cortes se deu por perfil inadequado do funcionário para as atividades da área onde seria alocado, o melhor seria transferir estes trabalhadores qualificados para outros tantos setores, que precisam muito de funcionários, ao invés de demiti-los. O banco erra ao desperdiçar esse capital humano, essa experiência”, acrescenta.

Atendimento ao cliente – Segundo André, após cobrança do Sindicato, feita também na paralisação do dia 22 de julho, o banco espanhol reabriu o canal de atendimento para o cliente falar com o bancário por telefone. “O Santander havia fechado o canal de comunicação entre clientes e assistentes de atendimento, impedindo alguns tipos de transações como, por exemplo, o pagamento de boletos. Apesar disso, não houve qualquer redução na tarifa e nem isenção pelo fato do cliente não ter mais o serviço. Existem pessoas que necessitam do atendimento pessoal, que não possuem familiaridade com meios eletrônicos. Após cobrarmos o banco, o canal foi reaberto.”

“O banco alega que não existe orientação para não realizar pagamento de boletos via assistente. Afirma que apenas consultas de saldos, extratos e limites são direcionadas exclusivamente para atendimento eletrônico, chamado de URA (Unidade de Resposta Audível). Apesar disso, ainda não foi liberado o pagamento dos boletos pelos assistentes. A posição do Sindicato é de que o atendimento pessoal é fundamental. O cliente tem o direito de optar por falar diretamente com um representante do banco, um bancário”, enfatiza André.

De acordo com o dirigente, o Sindicato irá acompanhar de perto a situação  no Vila Santander e cobrar a realocação dos trabalhadores para evitar demissões. “Contamos com as denúncias dos bancários para fundamentar cada vez mais nossa cobrança junto ao Santander”, conclui.

Denuncie – Caso ocorram novas demissões no call center do Vila Santander, o bancário deve denunciar ao Sindicato por meio dos dirigentes, pelo 3188-5200 ou pelo Fale Conosco (clique aqui e escolha o setor "Site"). O sigilo é garantido.

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Felipe Rousselet – 1º/8/2016
 
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