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Cultura do assédio acaba em protesto no BB

Linha fina
Portal do Inferno foi realizado para denunciar comportamento desrespeitoso de gestora, que reforça violência organizacional instalada no banco
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São Paulo – “Não está escrito em nenhum normativo do banco que os gestores possam praticar assédio, embora a gente saiba que existe uma política organizacional de extrema individualização e competição das pessoas através das metas abusivas que promovem a violência administrativa, gerando a prática do assédio moral”, afirma Paulo Rangel, dirigente sindical e bancário do Banco do Brasil.

> Fotos: galeira do Portal do Inferno na USP
> Vídeo: ato denúncia assédio moral no BB

Essa violência administrativa motivou protesto do Sindicato na agência 3559 do Banco do Brasil localizada dentro da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo. O já tradicional Portal do Inferno foi deflagrado na terça-feira 3, na unidade bancária devido ao assédio moral praticado por uma gerente.

Perseguições e ameaças a subordinados são algumas das queixas que levaram ao protesto. A gestora deixou um histórico de denúncias pelos locais de trabalho por onde passou, relata Paulo Rangel.  

“É muito triste para o Sindicato ter de denunciar um companheiro de trabalho, mas já conversamos com ela em outras oportunidades e ela não mudou seu comportamento. Recebemos reclamações também nesta agência e só restou ao Sindicato tornar público uma relação de trabalho que acontece entre quatro paredes”, conta o dirigente.

“A mudança da cultura do assédio é de responsabilidade de todos”, afirma Paulo Rangel.  “Alguns gestores acham que administrar passa por práticas de autoritarismo. É de responsabilidade de todos, porque quando vejo meu colega sendo vítima desse tipo de prática, e não faço nada, eu colaboro para a perpetuação dessa cultura de violência organizacional. Temos de parar de sermos algozes e vítimas, e entender que todos sofremos essa cultura do assédio. Temos de lutar coletivamente pelo fim desse sistema. Somos todos colegas de uma empresa onde essa política se perpetua, adoece os trabalhadores e causa prejuízos ao próprio banco”, finaliza o dirigente.


Rodolfo Wrolli – 3/8/2016
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