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Bancos extinguiram 6.785 empregos no semestre

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Setor que continua muito lucrativo na crise mantém política de cortes; São Paulo foi o estado campeão, com saldo negativo de 3.715 postos
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São Paulo – O setor bancário cortou 6.785 postos de trabalho no primeiro semestre de 2016, segundo estudo do Dieese com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. A maioria dos cortes foi em São Paulo (-3.715 postos), seguido pelo Rio de Janeiro (-1.086 postos).

Os bancos múltiplos com carteira comercial – categoria que inclui BB, Itaú, Bradesco e Santander, e exclui a Caixa Federal – foram os principais responsáveis pelo saldo negativo: eles cortaram 5.304 vagas. Mas a Caixa também contribuiu com a extinção de empregos e cortou 1.469 postos de trabalho entre janeiro e junho deste ano, devido ao Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA).

Luta por emprego – A secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva, destaca que os bancos continuam lucrando muito mesmo na atual conjuntura de recuo da economia, e não têm nenhuma justificativa para demitir. “Só no primeiro trimestre do ano, a soma dos lucros dos cinco maiores somados [BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander] chegou à marca de R$ 13 bilhões. Com esse resultado, eles tinham de contribuir com o desenvolvimento do país, gerando empregos bancários e assim melhorando o atendimento à população, e fornecendo crédito com juros baixos”, critica.

Ivone destaca ainda que a manutenção do emprego é uma das principais reivindicações da Campanha Nacional deste ano, cuja pauta foi aprovada em 31 de julho, por delegados e delegadas representando bancários de todo o país.

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Rotatividade – Os dados do Caged mostram também que os bancos faturam com a rotatividade, já que os trabalhadores admitidos ganham em média 55,9% do que recebiam os demitidos.

Desigualdade – Os números comprovam a desigualdade entre homens e mulheres no setor bancário. As 5.371 mulheres admitidas nos bancos no primeiro semestre de 2016 recebem, em média, R$ 3.101,62, valor que correspondeu a 73,2% da remuneração média dos 5.484 homens contratados no mesmo período, que foi de R$ 4.235,69.

A desigualdade também se observa entre os demitidos. As mulheres desligadas no primeiro semestre do ano recebiam em média R$ 5.507, que representou 72,8% da remuneração média dos homens desligados no período.

O fim dessa discriminação é outra bandeira da categoria bancária, que aprovou, durante a Conferência Nacional, moção de repúdio a qualquer tipo de violência contra a mulher, seja ela física, sexual, psicológica ou simbólica. “Uma das nossas bandeiras é a igualdade de oportunidades na vida e no trabalho, independente de gênero, raça, credo religioso ou se é pessoa com deficiência. As mulheres ocupam 49% do total de postos de trabalho no Brasil e recebem, em média, salários 24% menores que os dos homens. Isso também é violência de gênero”, diz a diretora executiva do Sindicato, que representa a entidade na mesa sobre o tema com a Fenaban (federação dos bancos).


Redação - 4/8/2016
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