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Santander joga clientes contra bancários

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Em gravação do teleatendimento Select, banco diz que trabalhadores são “impedidos” de entrar em prédio pela greve e por isso serviço está indisponível; na verdade, bancários são protagonistas do movimento
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Felipe Rousselet, Redação Spbancarios
16/9/2016


São Paulo – O Santander está “informando” seus clientes Select, através do teleatendimento, que bancários são “impedidos” de entrar em prédios pela greve e por isso o atendimento telefônico está indisponível. Na mesma gravação, o banco espanhol faz propaganda do seu aplicativo.

> Áudio: ouça a mensagem do Santander

“O Santander tenta jogar os clientes contra os bancários, que exercem seu direito constitucional. A greve não impede que os trabalhadores entrem nos prédios. Pelo contrário, são os bancários que fazem a greve. Eles são os protagonistas do movimento. Foi feita uma ampla consulta com a categoria sobre a pauta de reivindicações e a paralisação foi aprovada democraticamente em assembleias por todo o país”, explica a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander, Maria Rosani.

> Cliente: 10 motivos para entender a greve

“A nossa greve é justa. Os bancos são o setor que mais lucra no país e, mesmo assim, cortaram 7.897 postos de trabalho de janeiro a julho; o assédio moral e a cobrança abusiva por metas fazem parte da rotina, levando a categoria bancária a ser uma das que mais adoece, principalmente por transtornos mentais; e cobram taxas e tarifas altíssimas, que cobrem com ampla sobra toda a despesa com pessoal. Para a greve acabar, basta que os banqueiros façam uma proposta decente, que possa ser aprovada em assembleia, e ofereçam garantias de emprego”, acrescenta.

> Dez motivos que levaram os bancários à greve

Os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) faturaram R$ 29,7 bilhões só no primeiro semestre deste ano. Segundo a consultoria Economatica, o setor é o mais lucrativo do país. Mesmo assim, insistem em uma proposta com perdas para os trabalhadores: 7% de reajuste – que representa 2,39% abaixo da inflação – com abono de R$ 3.300, e nenhum mecanismo de proteção aos empregos. Por isso, a greve continua.

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