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Itaú não pode questionar atestados médicos

Linha fina
Apesar de o banco negar a prática, funcionários denunciam redução dos dias de afastamento em “avaliação clínica complementar”; bancários devem denunciar irregularidade ao Sindicato
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Felipe Rousselet, Redação Spbancarios
19/10/2016


São Paulo – Desde agosto, o Itaú alterou regras para entrega de atestados médicos. De acordo com as novas normas, no caso de afastamento igual ou superior a 5 dias, o funcionário deve passar por “avaliação clínica complementar”, realizada em um dos polos administrativos do banco, no prazo de três dias após a emissão do atestado. Interrogado pelo Sindicato sobre a possibilidade de questionamento do atestado, o Itaú alegou que a avaliação complementar tem apenas o objetivo de sanar falhas no encaminhamento dos documentos e facilitar o controle de enfermidades. Porém, ao contrário do alegado, o Sindicato tem recebido denúncias de que atestados estão sendo revalidados pelo médico do banco, diminuindo dias de afastamento.

“É um absurdo. O Itaú não pode questionar a idoneidade moral do trabalhador e do próprio médico que o atendeu inicialmente. Nas denúncias que chegaram ao Sindicato, bancários reclamaram inclusive de terem sido intimidados e humilhados por médicos do banco na avaliação clínica complementar”, critica a dirigente sindical e funcionária do Itaú, Valeska Pincovai.

“Apesar de o Itaú negar a prática, reforçamos nossa orientação aos bancários de que nenhum atestado pode ser questionado. No caso de afastamento superior a 15 dias, o médico do trabalho deve encaminhar o trabalhador para perícia do INSS e, ao fazer este agendamento, o profissional do banco não pode alterar qualquer informação contida no laudo. E para afastamento de até quatro dias, caso o funcionário não tenha condições de entregar o atestado ao gestor em até três dias da emissão, pode enviá-lo por meio eletrônico ou através de outra pessoa”, orienta a dirigente.

Na avaliação do Sindicato, ao contrário do que diz o Itaú, a avaliação clínica complementar tem o objetivo de controlar os trabalhadores que adoecem. “Os bancários que adoecem são vítimas de discriminação, assédio moral e são os primeiros a serem demitidos por performance. Como pode alguém com problemas de saúde ter a mesma meta de uma pessoa que está em plenas condições físicas e psicológicas?”, questiona Valeska.

Denuncie – O Sindicato continua cobrando do banco a revogação da avaliação clínica complementar. Para atuar de forma mais efetiva junto ao Itaú, os bancários que tiverem atestados questionados devem denunciar de imediato ao Sindicato por meio dos dirigentes, pelo 3188-5200, ou www.spbancarios.com.br (clique em fale conosco e escolha o setor “site”). O sigilo é garantido.
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