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Segundo acusado de ambulante é preso

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Alípio Rogério Belo dos Santos foi detido no início da tarde desta quarta; Ricardo Martins do Nascimento, assassino confesso, já havia sido preso na noite de terça. A vítima, Luiz Carlos Ruas, foi espancada na estação Pedro II do Metrô, após defender uma travesti
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Redação Spbancarios, com Agência Brasil
28/12/2016


São Paulo – O segundo acusado do vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, na noite do domingo 25, na estação Pedro II do Metrô, no centro da cidade, foi preso no início da tarde desta quarta-feira 28. Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26 anos, foi localizado pela Polícia Civil em Itaquera, na zona leste de São Paulo, por meio de uma denúncia feita ao Departamento Estadual de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade).

Ele deve ser encaminhado para depoimento à Delegacia do Metropolitano (Delpom), na estação Barra Funda do Metrô, na zona oeste da cidade. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo ofereceu uma recompensa de R$ 50 mil a quem indicasse o paradeiro dele.

Alípio é acusado de ter espancado Ruas até a morte com a ajuda do primo Ricardo Martins do Nascimento, 21 anos, que também já está preso desde a noite de ontem. Ricardo Nascimento, que já confessou o crime, foi encontrado na casa de um amigo, em Itupeva, na região de Campinas, interior de São Paulo. A Justiça determinou a prisão temporária da dupla por 30 dias.

Na manhã desta quarta-feira 28, Ricardo foi ao Delpom, para que testemunhas da agressão pudessem fazer o reconhecimento de seu envolvimento no crime.

Ruas foi espancado e morto, segundo a polícia, às 22h25 de domingo, noite de Natal. Segundo testemunhas, o ambulante vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação Pedro II do Metrô quando dois homens se desentenderam com ele e passaram a agredi-lo. O ambulante defendia moradores de rua, um deles uma travesti, que também foram agredidos pelos dois suspeitos.

O vendedor tentou correr até a bilheteria da estação, mas foi atingido por vários golpes e caiu no local. Ele foi socorrido e levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

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Metrô sem segurança – Uma manifestação em homenagem a Ruas e contra crimes de homofobia foi realizada no início da tarde de terça-feira 27, na Estação Pedro II. Ativistas LGBT, trabalhadores metroviários e religiosos da Pastoral do Povo da Rua acenderam velas e estenderam bandeiras contra a homofobia e exigiram ações das autoridades para impedir que casos como esse se repitam. Outro ato está agendado para a tarde de sexta-feira 30, no mesmo local.

Durante a manifestação de terça-feira, diretores do Sindicato dos Metroviários disseram que não havia seguranças na estação no momento em que os dois agressores mataram o vendedor ambulante. "Havia somente três funcionários nesta estação naquele momento. Um na bilheteria, outro na catraca e outro no CCO (Centro de Controle Operacional). Se olhar a escala vai ver que tem dois seguranças em cada estação, mas, na verdade, é a mesma dupla atuando em três estações diferentes", afirmou Marcos Freire, ativista LGBT e diretor do sindicato.

Segundo Freire, situações de violência vêm se repetindo no Metrô, sendo cada vez menos combatidas, devido ao número insuficiente de trabalhadores no sistema. Segundo dados do Portal da Transparência do governo Geraldo Alckmin (PSDB), responsável pela gestão do Metrô, a companhia tem déficit de aproximadamente 600 funcionários. Outros 632 aderiram ao Programa de Demissão Voluntária lançado esse ano e devem ser desligados em breve.

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