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Deputados cobram nomeação de eleita na Fiocruz

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Quatro parlamentares se reunirão com ministro da Saúde, Ricardo Barros, para tentar reverter indicação de candidata derrotada. Comunidade científica faz abaixo-assinado que já reúne 9 mil assinaturas
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Rede Brasil Atual
3/1/2017


São Paulo – Deputados e membros da comunidade científica estão se articulando para pressionar o governo a dar posse a Nísia Trindade como presidenta eleita para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na última semana, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, escolheu a segunda colocada, Tania Araújo-Jorge, nas eleições da entidade para ocupar o cargo, rompendo com a tradição do respeito à soberania do voto nas instituições que realizam processo seletivo para seus gestores. A decisão provocou revolta.

> Temer nomeia candidata derrotada para a Fiocruz 

Na tarde desta terça-feira 3, os deputados Afonso Florence (PT-BA), Chico D’Angelo (PT-RJ), Paulo Teixeira (PT-SP) e Odorico Monteiro (Pros-CE) vão se reunir com o ministro para reivindicar que o governo de Michel Temer faça valer decisão da comunidade científica na Fiocruz, que é uma das mais respeitadas instituições na produção de conhecimento científico na área de saúde.

Pesquisadores e trabalhadores da instituição reivindicam a nomeação de Nísia Trindade, que obteve, em votação direta para a elaboração de lista tríplice, 59,7% dos votos para a presidência. Barros, porém, preferiu indicar a Temer a nomeação de Tania, que recebeu 39,6%. Há 25 anos o nome do primeiro colocado na consulta direta a funcionários e professores vinha sendo referendado pelo governo.

Em paralelo, um grupo de pesquisadores criou um abaixo-assinado on-line que será entregue à Presidência da República, ao Ministério da Saúde e à Casa Civil, solicitando que a decisão dos servidores da instituição seja respeitada. Até as 13h desta terça mais de 9 mil pessoas tinham assinado o documento. A meta é atingir 10 mil.

> Assine o documento

“A comunidade da Fiocruz, com apoio de Instituições Científicas Nacionais e Internacionais, espera que a candidata mais votada, com maioria expressiva dos votos, como tem sido a tradição da Fundação, assuma a Presidência da Fiocruz”, diz o texto de apresentação do abaixo assinado. “Devemos preservar o processo de gestão democrática e participativa da Fiocruz, tão duramente conquistado e construído por nossas instituições de ensino e pesquisa e que tem sido fundamental para tornar a Fundação Oswaldo Cruz referência na área de ciência e tecnologia nacional e internacionalmente. Tal processo, levando-se em consideração a história da Fundação, tem sido decisivo para uma condução equilibrada e eficaz da instituição.”

De 23 a 25 de novembro, 4.415 servidores de todas as unidades da Fiocruz elegeram Nísia, atual vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, para o mandato 2017-2020. Ela recebeu 2.556 votos em primeira opção. Em segundo lugar, ficou  Tania Araújo-Jorge, pesquisadora e ex-diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), com 1.695 votos em primeira opção. Ao todo, 82,1% dos servidores compareceram às urnas.

Na sexta-feira 30 houve protesto na sede da entidade, no Rio de Janeiro. O atual presidente, Paulo Gadelha, avaliou que a decisão do ministro da Saúde é “uma intervenção extemporânea de natureza política” na Fiocruz.
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