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'Ódio continua', diz ativista que filmou ação de Doria

Linha fina
Uma semana após postar vídeo, que já tem quase 1 milhão de visualizações, da prefeitura apagando grafites no mural da 23 de Maio, Diana Assunção ainda recebe ofensas e ameaças. Para ela, o prefeito trata São Paulo como se fosse uma "empresa dele"
Imagem Destaque
Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual
31/1/2017


São Paulo – Uma semana depois de postar nas redes sociais vídeo em que mostra ação do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), contra os murais grafitados na Avenida 23 de Maio, no centro da capital, a ativista feminista Diana Assunção continua a receber xingamentos, ofensas e ameaças em seu perfil no Facebook. Já são mais de 20 mil comentários, a maioria de cunho agressivo.

Na segunda 30, Diana foi com sua advogada à 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, na região central de São Paulo, onde registrou boletim de ocorrência. Ela foi orientada, no entanto, a procurar outra delegacia para denunciar as agressões. "A informação é de que as ofensas e ameaças não podem ser enquadradas na Lei Maria da Penha. Minha advogada está estudando agora onde entrarmos com representação", disse.

A página foi invadida com mensagens de ódio no último dia 24, quando postou o vídeo que já tem mais de 900 mil visualizações. "Desde então me chamam de vagabunda, me mandam lavar louça e me ameaçam. Chegam ao ponto de dizer que vão fazer grafite na minha casa e fazer ameaças de agressões físicas", conta.

Entre as ameaças, uma delas traz uma montagem gráfica com foto do ex-goleiro do Flamengo Bruno, condenado pelo sequestro do filho e pela morte e ocultação do cadáver de Elisa Samudio.

"Tamanha reação se deve não só à denúncia que faço da maneira como Doria faz a gestão da cidade, como se fosse uma de suas empresas. Mas também ao fato de ser militante feminista numa sociedade patriarcal. Tanto que a maioria dos comentários agressivos são postados por homens", diz a ativista. "Como a tendência é de a situação piorar, temos de seguir denunciando a política de Doria contra os trabalhadores, a saúde, os moradores de rua, mulheres, a juventude, os artistas".

Embora a maioria das mensagens seja de ódio, Diana tem recebido mensagens de apoio. Entre elas, do vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT), do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos e da secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista. 
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