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Carnaval começa com críticas a Doria e Temer

Linha fina
Blocos de em São Paulo saíram em cortejo no fim de semana. Manifestações políticas marcaram o repertório dos blocos, enquanto a prefeitura subestimou a capacidade de mobilização da festa
Imagem Destaque
Rede Brasil Atual
21/2/2017


São Paulo – “Nossa mensagem foi espalhada por toda a cidade: carnaval de rua livre e democrático, ocupação das ruas com pessoas e arte.” As palavras são da organização do maior bloco carnavalesco de São Paulo, o Acadêmicos do Baixo Augusta. Foram mais de 350 mil pessoas neste domingo 19 de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura. Nem mesmo o termômetro, que marcava por volta de 35 graus, espantou os foliões que ocuparam a Rua da Consolação para festejar e gritar o tema do cortejo do ano: “A Cidade é Nossa”.

“Vida longa a todo grupo de amigos do peito fundadores do nosso bloco que permanecem juntos e unidos ao longo de tantos anos, persistindo na ideia de que, primeiramente, a cidade é nossa”, concluiu a organização do Baixo Augusta, que teve como rainha a atriz Alessandra Negrini, como madrinha, a cantora Tulipa Ruiz, porta estandarte, o jornalista Marcelo Rubens Paiva, puxados pela banda de Wilson Simoninha.

O primeiro fim de semana do calendário oficial do carnaval paulistano concentrou uma grande quantidade de blocos renomados, que atraem grande público. A manifestação política foi presente em grande parte dos desfiles. É o caso, por exemplo, do Bloco Soviético, que desceu a Rua Augusta na tarde do sábado 18, e contou com a presença de nomes da política como o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), e o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP).

Entre as músicas entoadas pelos cerca de 15 mil presentes no Bloco Soviético, sátiras políticas ao ritmo de marchinha: “Alalaô ôôôô, olha o gestor ôôôô. Alalaô ôôôô, é um impostor ôôôô. Não acredito que elegemos este cara, se veste de operário e nunca foi no Jabaquara” cantaram os presentes em referência ao empresário e prefeito João Doria (PSDB). O tucano vem promovendo seu governo utilizando roupas de trabalhadores, como garis, em ações de marketing.

Prefeito que, inclusive, admitiu falhas na organização do carnaval no sábado. Isso, porque sua gestão subestimou a festa popular de ocupação das ruas. Doria esperava 250 mil pessoas nas ruas da capital, entretanto, o número foi superior a 700 mil, de acordo com a prefeitura. O resultado foi um colapso na região de Pinheiros, mais precisamente no Largo da Batata, local de dispersão de diversos blocos do bairro. Grandes blocos, entre eles, o Casa Comigo e o Ritaleena. Além do trânsito totalmente descontrolado, com pouca presença e efetividade de autoridades, e a grande quantidade de lixo acumulada, o Metrô fechou as portas das estações Faria Lima e Fradique Coutinho, da Linha 4, por excesso de passageiros.

Outros blocos também arrastaram multidões no fim de semana. Foi o caso do Pilantragi, no domingo, tradicional cortejo que acontece na Rua Alfonso Bovero, em Perdizes. Com o tema: “Bloco Pilantragi 2017 grita Homofobia Não!”, a organização, bem como os foliões, fizeram pedidos de respeito e comemoraram a diversidade, sem deixar de se posicionar politicamente, em especial, contra o governo de Michel Temer (PMDB). Este, esteve presente em inúmeros blocos. “Fora Temer” foram palavras entoadas por toda a capital durante o fim de semana.

Também marcaram presença blocos irreverentes como o Tô de Chico, na Lapa, que homenageou Chico Buarque, Chico Cesar e Chico Science, e o Bloco do Tucanistão, que saiu em crítica ao governo do PSDB em São Paulo, que já dura mais de 23 anos. O Bicho Maluco Beleza, bloco do pernambucano Alceu Valença, dividiu os entornos do Parque do Ibirapuera com o tradicional carioca Monobloco, liderado pelo cantor Pedro Luíz.

Programação - A agenda do maior carnaval de rua da história de São Paulo segue com alguns blocos durante a semana e uma grande concentração durante o feriado. Na segunda 20, o Bloco dos Bancários reuniu centenas de pessoas na Praça Antônio Prado, no centro da capital. Na sexta-feira 24, é a vez do Bloco Afro Ilú Obá de Min se reunir na Praça da República. É possível conferir a lista completa dos 391 blocos no site oficial do Carnaval de Rua de SP.
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