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BC intervém no Banco Cruzeiro do Sul

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Sindicato enviará carta à autoridade monetária ressaltando a necessidade de garantir direitos e empregos dos trabalhadores
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São Paulo – O Banco Central decretou Regime de Administração Especial Temporária (Raet) no Banco Cruzeiro do Sul. A medida, tomada nesta segunda 4, decorreu do “descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo”, diz nota da autoridade monetária.

Por meio do Raet, que valerá por 180 dias, o BC substitui os dirigentes do banco por um conselho de diretores ou por uma pessoa jurídica especializada, com o objetivo de, ainda segundo a nota, “corrigir procedimentos operacionais ou de eliminar deficiências que possam comprometer seu funcionamento”.

O Sindicato enviará carta ao Banco Central manifestando preocupação com os funcionários da instituição, que em grande parte estão na base da entidade. “Dos 744 bancários do Cruzeiro do Sul, cerca de 500 estão em São Paulo. Vamos cobrar do BC que os direitos e os empregos dos funcionários sejam mantidos, pois os trabalhadores não podem pagar essa conta”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

O BC nomeou o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) como administrador especial temporário, mas esclarece que a medida “não afeta o andamento dos negócios da instituição, que continua a funcionar normalmente, podendo realizar todas as operações para as quais está autorizada”. Em consequência, continua a nota, “é preservada a relação dos credores e dos devedores com a instituição. Assim, tanto os compromissos de terceiros com a instituição quanto as suas dívidas continuam a vencer nos prazos originalmente contratados”.

O Cruzeiro do Sul é um banco de pequeno porte. De acordo com o BC, detinha, em 2011, ativos que representavam apenas 0,22% do total do sistema financeiro e 0,35% dos depósitos. Estava autorizado a operar com as carteiras comercial, de investimentos e de câmbio. Suas operações estão concentradas nas duas agências de São Paulo e do Rio de Janeiro, possuindo mais seis agências em Campinas, Salvador, Recife, Belém, Macapá e Palmas. Por extensão, o Raet foi decretado nas empresas do grupo Cruzeiro do Sul Holding Financeira S.A., Cruzeiro do Sul S.A Corretora de Valores e Mercadorias, Cruzeiro do Sul DTVM, e Cruzeiro do Sul S.A. Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros.

O Banco Central informa ainda que “está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro”, e que, dependendo dos resultados das apurações, podem ser aplicadas medidas punitivas de caráter administrativo e comunicação às autoridades competentes. Destaca ainda que ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.


Redação, com informações do Banco Central - 4/6/2012

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