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Cortejo "enterra" atual Código de Comunicação

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Durante ato, trabalhadores e movimentos sociais levantam bandeiras em defesa de um novo Marco Regulatório das Comunicações
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São Paulo – O cortejo simbólico que representou o “enterro” do atual Código Brasileiro de Telecomunicações marcou ato por meio do qual trabalhadores e movimentos sociais reivindicaram um novo marco regulatório para os meios de comunicação do Brasil. A manifestação foi realizada na tarde desta segunda-feira 27, em frente ao Teatro Municipal.

“Que desse enterro seja possível nascer algo novo. Um novo marco regulatório, pois a comunicação no país não pode ser privilégio de poucos, mas sim um direito de todos”, sintetizou João Brant, coordenador do coletivo Intervozes e um dos coordenadores do ato.O Código Brasileiro de Telecomunicações completa 50 anos em 2012 e, segundo Rosane Bertotti, secretária de Comunicação da CUT e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), já nasceu atrasado e arcaico. Por isso a importância e a urgência da renovação da legislação. “Vivemos um novo tempo no país, um tempo de crescimento e de ampliação da democracia. Esse novo tempo não permite que os meios de comunicação, por exemplo, incitem a violência contra a mulher em sua programação”, ressaltou.

Adriana Magalhães, secretária de Comunicação da CUT/SP e diretora do Sindicato, também questionou os valores transmitidos nas programações e coberturas jornalísticas dos grandes meios de comunicação. “Devemos nos questionar por que no Zorra Total há diversas cenas que incitam o racismo. E nos canais fechados e pagos, por que sempre passam o mesmo filme? Por que as mulheres são vistas como submissas ainda nesse veículos? Não podemos permitir esse tipo de comunicação”, defendeu.

> Confira as 20 diretrizes da Plataforma para um Novo Marco Regulatório das Comunicações

Segundo ela, não é possível garantir a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão enquanto somente a Rede Globo detém centenas de veículos que abrangem o território nacional. “Defendemos uma comunicação que dê espaço e voz a todos que compõem a sociedade. E não será possível democratizar a comunicação com poucos proprietários donos dos maiores veículos.”

Ernesto Izumi, secretário de Comunicação do Sindicato, defendeu a união das entidades e movimentos sociais para que a luta por um novo marco regulatório se concretize de fato. “Queremos uma comunicação acessível a todos e que represente toda a sociedade. Para isso, devemos nos unir e lutar contra o monopólio midiático, no qual cerca de seis famílias detêm a maioria dos meios. Sabemos que não é uma luta fácil e por isso é importante a união de todos.”  

A programação continuou no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo com o lançamento da Campanha “Para expressar a liberdade, uma nova lei para um novo tempo”, promovida pelo FNDC.


Tatiana Melim - 28/8/2012

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