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Justiça determina reintegração de três bancários

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Decisão ocorreu em Recife, com Santander e Bradesco, porém reflete práticas adotadas em todo o país
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São Paulo - Funcionário do Bradesco há quase 12 anos, Carlos Eduardo é mais um bancário reintegrado pela Justiça por conta de sua doença ocupacional. Ele foi demitido em 30 de maio.

Após a demissão, os exames constataram lesões nos ombros e braços contraídas ao longo do tempo de serviço, o que, segundo o bancário, fez com que ele entrasse com ação na justiça para reverter seu desligamento. "Há mais de dois anos sinto dores nos ombros e dormência nos braços. Como não tinha tempo para fazer exames e nem de ir ao médico, ia deixando para lá", conta o bancário, que foi reintegrado no dia 16 de agosto.

Santander - Isnar Gonçalves trabalha ha cerca de 31 anos no Santander. Seu histórico de doença ocupacional era antigo e o banco tinha conhecimento dos problemas. Os sintomas se arrastavam desde 2005, mas só em 2008 ele teve CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) emitida e precisou se afastar do trabalho. Em 2011, as dores o obrigaram a tirar mais uma licença.

Com isso, o banco chamou o bancário para uma avaliação que não chegou a ocorrer. A reunião serviu para que ele recebesse a carta de demissão. Os representantes da empresa alegaram adequação na área e afirmaram que o salário pago ao funcionário era “alto demais”.

"Ou seja, o próprio Santander reconhece aquilo que a gente sempre denuncia: o abuso da rotatividade, com a demissão do pessoal mais antigo, com salários melhores, para contratação de gente nova, que ganhe menos", afirma o secretário de Saúde do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Wellington Trindade.

Isnar entrou com ação de reintegração em março e a antecipação de tutela, em julho, garantiu o retorno. No entanto, o bancário continua de licença médica.

Outro caso – O bancário João Mariano Pereira, também do Santander, foi demitido no final de 2011. Em exame periódico do próprio banco, a médica o havia encaminhado para especialistas. No entanto, dois dias depois, ele recebeu a carta de demissão.

Com oito anos de empresa, há mais de dois ele já sentia dores nos membros superiores. "Tenho um filhinho de três anos em casa e não consigo mais carregá-lo no colo", diz João Mariano. O bancário conquistou na justiça a reintegração, porém também está em licença médica.


Redação, com Contraf-CUT e Seeb Pernambuco – 28/8/2012

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